Como agradar a Deus?

No livro de Gênesis temos um relato interessante. Sem Deus pedir ou ordenar, Caim e Abel resolveram trazer-lhe uma oferta. “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta” (Gn 4.4). Sabemos o que aconteceu com Caim e o lamentável desfecho da história.

Se olharmos para a história da humanidade, creio que seja mais fácil responder sobre o que desagrada a Deus do que sobre o que o agrada. Desde o início, vemos que o ser humano parece ser muito bom em desagradar a Deus.

Adão e Eva, no Paraíso, viviam em um mundo perfeito e estavam em plena harmonia com Deus. Sabiam inclusive o que era certo e errado. Deus tinha dito: “da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás…” (Gn 2.17). Mas, ao invés de agradá-lo, desagradaram-no, desobedecendo à sua vontade, trazendo assim, como consequência, o pecado para toda humanidade.

Esse pecado constantemente tem levado o ser humano a afastar-se de Deus. O rei Davi confessou: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). O apóstolo Paulo escreveu: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus” (Rm 8.7). Por causa do pecado, nossa tendência natural é desagradar a Deus.

Tanto desagrado, tanta maldade, que em certo momento o próprio Deus chegou a se arrepender de ter criado o homem e enviou o dilúvio para dar cabo de toda raça humana, e, de novo, a partir de Noé e sua família, reiniciar a história.

Será que precisamos fazer algo para agradar a Deus?

Muitos já tentaram agradar a Deus. A exemplo de Abel e Noé, também Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés e outros que ofereceram sacrifícios agradáveis ao Senhor.

Sim, Deus se agrada de sacrifícios, ofertas alegres e voluntárias, verdadeiras ações de graças, mas mesmo estas são imperfeitas.

Através de Davi, Deus registra que se agrada de um espírito quebrantado e não rejeita um coração arrependido e contrito (Sl 51.17). Quer adoração pura e verdadeira, detesta a hipocrisia, condena a falsidade. Por meio de Isaías, anuncia: “Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens…” (Is 29.13). Inspira Paulo, e nos aconselha a que apresentemos o nosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, pois esta é a verdadeira adoração que lhe devemos oferecer (Rm 12.1).

Será possível agradar a Deus de alguma forma?

Infelizmente, por causa do pecado, temos uma dificuldade enorme em agradar a Deus. Tudo o que fazemos nunca é ou será perfeito.

Muitos já tentaram, e ainda tentam, através de obras e ações. Houve tempo em que as pessoas entravam em mosteiros e conventos, dedicavam-se a ordens monásticas, faziam votos de pobreza, castidade, obediência. Inclusive Lutero foi um dos que assim agiu e se frustrou.

Ainda hoje muitos fazem votos e promessas, procissões, carregam pesadas cruzes, se automutilam, andam de joelhos… pensando com isso agradar a Deus. Sem falar naqueles que insistem em observar regras e seguir leis do Antigo Testamento, como se por elas fosse possível agradar ao Senhor.

Tudo perda de tempo e sacrifício incompleto e desnecessário. Deus tudo sabe e conhece muito bem nossas limitações e imperfeições.

E se para nós é difícil agradar a Deus, então, ele o fez por nós. “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos” (Is 53.10). Enviou seu Filho unigênito para que, através dele, o sacrifício único e perfeito, nos tornássemos agradáveis a ele (Hb 9 e 10).

Agradar a Deus. Somente pela fé em Jesus: “O justo viverá por fé” (Rm 1.17). Foi aí que Lutero encontrou consolo de verdade e o Evangelho o alcançou. Jesus é o sacrifício perfeito e justificador. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).

Deus se agrada daquele que nele crê, confia e deposita a sua esperança. “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).

Como agradar a Deus? Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6)

Crendo neste único e maravilhoso Deus, busco sempre na sua Palavra o alimento que me fortalece e me capacita para servi-lo com todo o meu ser e viver.

Ó Deus, meu Senhor. Obrigado por teres enviado teu amado Filho para ser o sacrifício mais que perfeito em meu favor. Mantém-me sempre nesta fé e capacita-me cada vez mais na tarefa de evangelizador. Em nome de Jesus, meu Salvador. Amém.

Pastor Erivelton Kiefer Butzke

Espigão d’Oeste, RO

*Texto publicado na edição de novembro de 2016.

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