Buscar, resgatar e salvar. Pode-se pensar primeiro em Cristo, afinal, é ele quem busca os perdidos e salva os arrependidos para a vida eterna, por amor. Dessa vez o campo não é o espiritual, mas as batalhas encaradas são bem parecidas: dar sua vida e trabalho por amor ao próximo.
Em 2 de julho é comemorado o Dia Nacional do Bombeiro. Os “heróis”, como muitas vezes são chamados, arriscam suas vidas diariamente para proteger pessoas, cidades e o meio ambiente. Uma profissão que traz muitos riscos e perigos, mas também tem alegrias e conquistas.
“A profissão de bombeiro é essencialmente um exercício do amor, pois está diretamente relacionada com carências emergenciais do ser humano. Quando se esgota a capacidade do indivíduo frente a uma dificuldade inesperada e o bombeiro é requerido, sua ação passa a ser um serviço de amor ao próximo”, conta Marco Leandro Petry, que serviu como Bombeiro Militar de 1992 a 2015.
É o sonho de muitas crianças, mas nem sempre é a primeira opção na hora de escolher uma profissão. Com os jovens Steven van Hattem e Nícolas Batista, a vontade de iniciar na carreira veio na juventude ou mesmo quando já atuavam em outras áreas. Ambos se formaram Bombeiros Militares em 2020. “A realidade é que eu nunca busquei especificamente esta profissão. Deus sabia qual era meu propósito. E após passar por uma série de provas durante anos, vencendo desafios e evoluindo gradativamente, foi no estágio, na primeira ocorrência atendida, que eu entendi que ali era o meu lugar” afirma Nícolas.
Principais desafios e alegrias
“Quando recebemos um chamado para uma ocorrência, nós nunca sabemos, de fato, o que iremos encontrar. É preciso ter a capacidade de se adequar à realidade e continuar prestando o melhor serviço a quem necessita. Após ver que uma vida foi salva, mesmo contornando situações muitas vezes adversas, dá uma felicidade imensa no coração. São esses momentos que me motivam diariamente”, explica Steven.
Marco acredita que os principais desafios estão na área da prevenção e proteção contra incêndio. “Ela entra no rol das coisas supérfluas de uma edificação, quando deveria ser o contrário. Deveria ser prioritária do planejamento ao acabamento de uma obra. Já as alegrias vêm do dever cumprido, do agradecimento recebido por parte da população, do equipamento adequado ofertado, das acomodações dignas, e até no brilho dos olhos da criançada quando visita o quartel e pode dar uma voltinha na viatura com a sirene ligada”.
Bombeiro cristão
Também há muito sofrimento e dor quando vidas são perdidas. Nícolas conta que: “a parte mais difícil de ser bombeiro não é carregar equipamento pesado, se deslocar rápido ou acordar de madrugada para atender uma ocorrência. O difícil é olhar o sofrimento de quem perde alguém. Acredito que, mesmo que a gente não encontre as melhores palavras, uma citação da Bíblia junto de um abraço, já traz uma reflexão e uma esperança”.
Lidar com a morte está entre as atribuições da profissão. Marco conta que: “São afogamentos, queimados, soterrados, acidentados, eletrocutados… Todas são encaradas de maneira muito profissional e imparcial, porém deixam marcas. Nos lembram da nossa finitude. O sofrimento é muito individual. Alguns bombeiros processam mais rapidamente, enquanto outros, conforme suas experiências pessoais, custam a elaborar. O espírito de equipe colabora em muito na superação, e a identificação com o cristianismo traz melhor compreensão”.
Para Steven, ser bombeiro é uma grande oportunidade para ajudar o próximo. “É importante para o cristão que é bombeiro sempre se lembrar: ‘no coração daquele que ajuda dever estar o amor de Jesus, pois se Cristo ali não fizer morada, de nada vale estender sua mão’ (trecho da música nº86 do cancioneiro Celebrai)”.
Marco finaliza dizendo que a relação bombeiro x cristão está fundamentalmente em servir sem olhar a quem e sem nada aspirar como retorno e/ou agradecimento: “É uma vocação!”.
Confira os depoimentos completos de bombeiros sobe a profissão.
“A profissão de bombeiro é essencialmente um exercício do amor” (Marco Petry) –
Acesse aqui o depoimento de Marco Petry
“Na primeira ocorrência atendida, que eu entendi que ali era o meu lugar (Nícolas Batista)
Acesse aqui o depoimento de Nícolas Batista
“Ser bombeiro é uma grande oportunidade para ajudar o próximo” (Steven van Hattem)
Acesse aqui o depoimento de Steven van Hattem
