Os que ficarão para trás

Não há como negar que os maiores medos do ser humano estão relacionados à morte. Não fomos criados para morrer. E, infelizmente, é natural que este assunto traga diversos temores para o coração. Porém, quando Cristo está em nós através dos meios da graça, não necessitamos temer o pós-morte, o encontro com o Senhor. Nossas culpas foram pagas pelo Salvador. Nossos pecados são encobertos pelo sangue do Cordeiro de Deus. O céu é garantia a todo aquele que nele crer. Quanto a isso, não necessitamos afligir o coração com medos e temores.

Se, por um lado o coração pode repousar tranquilamente na graça de Deus, por outro lado, este mesmo coração pode inquietar-se com o que ficar para trás quando partirmos desta vida. E não falo aqui de bens, heranças ou finanças. Falo das pessoas, das histórias, dos amores e dos relacionamentos que ficarão para trás. Em aconselhamentos pastorais, já ouvi vários destes temores de pessoas enfermas e hospitalizadas. Quem cuidará dos netos? Quem vai dar colo aos filhos ainda pequenos? Quem levará a filha ao altar, no dia do casamento? Quem vai amar, cuidar e proteger quando não estivermos mais aqui? Quem vai olhar para eles, quando nossos olhos estiverem fechados?

Diante destes temores tão naturais a todos nós, há um consolo tão fantástico que vai muito além da nossa compreensão e de nossos dias. Mesmo quando nossos olhos se fecharem, ainda haverá um doce olhar sobre nossos queridos que ficarão para trás. “O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem cochila”, diz o salmo 121. Já o salmo 68 nos mostra o cuidado do Senhor sobre aqueles que perderam um pai, um marido, um mantenedor e um cuidador: “Deus, que vive no seu santo Templo, cuida dos órfãos e protege as viúvas”. Quem ficar para trás jamais estará ao relento, desprotegido e à sua própria sorte. Se com uma mão o Senhor Deus recebe o cristão com glórias na vida eterna, com a outra mão ele continua a cuidar dos que ainda viverão nesta vida de aflições. Sejam eles filhos pequenos, filhos crescidos, pais, cônjuges, avós ou netos.

A vida mostra essa verdade. O céu está repleto de pais e mães jovens, que gostariam de ter visto seus filhos crescerem. O céu está cheio de bebezinhos que gostariam de ter crescido no colo dos pais. O céu está repleto de jovens que gostariam de ter casado e realizado o sonho de ter filhos. Mas, nem por isso, os que ficaram para trás ficaram desamparados. Mesmo que ainda carreguem a pior dor da face da terra, os olhos do Senhor sempre cuidaram dos que sentem saudade. E sempre cuidarão. Até o dia em que não será mais necessário perdoar pecados, enxugar lágrimas e consolar enlutados. Na ressurreição dos mortos, na vida plena e definitiva que Cristo já inaugurou com sua ressurreição, todos louvaremos a Deus por ter cuidado de nossas vidas. E por ter cuidado dos que ficaram para trás.

Consolemos o coração na promessa de cuidados do Senhor. Cuidados que estão conosco. Cuidados que estiveram com os que já se foram. Cuidados que estarão com os que, um dia, ficarão para trás quando formos chamados à vida eterna. E, vivendo um dia de cada vez, vivamos sempre com o olhar fixo na volta de Jesus e na ressurreição dos mortos. Vem, Senhor Jesus!

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