Limites saudáveis: como colocá-los em prática?

Da mesma forma que devemos respeitar os limites daqueles com quem convivemos, também é nosso dever estabelecer limites sobre como os outros e nós mesmos devemos nos tratar.

Luise Lüdke Dolny
Psicóloga

Quais são os seus limites? Com a família, com os amigos, no trabalho, na igreja…  Quando foi a última vez que sentiu seus limites sendo ultrapassados? Como você reagiu? O que sentiu e pensou? 

Limites são fundamentais na vida das pessoas. Pense em uma cerca ou um muro que determina o limite entre o espaço público (rua) e o espaço privado (sua casa). Esse limite ajuda a manter nossa segurança e privacidade. Da mesma forma, é necessário estabelecer limites também em nossos relacionamentos.

Podemos falar em dois tipos de limites: externos e internos.

Quando falamos em limites externos, nos referimos a saber dizer “não”, nos posicionarmos sobre nossas necessidades e valores de vida, não permitir que outros abusem física ou emocionalmente de nós, educar as crianças sobre os limites de seus comportamentos, dentre outros. Quando as pessoas não conseguem fazer isso, podem acabar sobrecarregadas e adoecidas.

Quando falamos em limites internos, nos referimos àqueles que estabelecemos para nós mesmos (pensamentos, sentimentos, comportamentos). Podemos citar como exemplos: parar de falar de nós mesmos de forma negativa, manejar a raiva, evitar comer fast food todos os dias, limitar o contato com pessoas não colaborativas/tóxicas, agir de acordo com nossos princípios de vida (no nosso caso, os princípios cristãos), dentre outros. 

Muitas vezes, o processo de estabelecer limites é confundido com egoísmo ou individualismo, mas precisamos ter muita cautela e entender que precisamos equilibrar essa balança. Da mesma forma que devemos respeitar os limites daqueles com quem convivemos, também é nosso dever estabelecer limites sobre como os outros e nós mesmos devemos nos tratar.

É bom também destacar que estabelecer limites não significa manipular outras pessoas para o que queremos, nem devemos usá-los para maltratar outras pessoas (é… isso também acontece!). Estabelecer limites deve dizer respeito a nós mesmos, ao que nós iremos fazer e como nós iremos agir diante do comportamento dos outros. Em Romanos 12.17-19, Paulo escreve: “Não paguem a ninguém mal por mal. Procurem fazer o bem diante de todos. Se possível, no que depender de vocês, vivam em paz com todas as pessoas. Meus amados, não façam justiça com as próprias mãos, mas deem lugar à ira de Deus, pois está escrito: ‘A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei’, diz o Senhor”.

Se você tem dificuldade para estabelecer limites, tenha paciência. Aprender a identificar e estabelecer esses limites leva tempo. Coloque sua dificuldade diante daquele que estabelece perfeitos limites (Deus) e peça ajuda para aqueles de confiança ao seu redor para treinar esta habilidade. No mais, vista-se da armadura da fé (Ef 6.13-17) e siga em frente.

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