Pai, simplesmente pai

Uma presença paterna efetiva cria filhos mais seguros nos estudos, na escolha de uma profissão, na tomada de decisões importantes; caso contrário, não havendo uma presença marcante, o resultado será filhos emocionalmente frágeis e propensos a determinadas inseguranças

Artur Charczuk
Pastor e psicanalista
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A criança, ao nascer, é “órfã”; claro, coloquei a palavra entre aspas para indicar que não é no sentido literal. No entanto, quando a criança vem ao mundo, os pais possuem o importante papel de dar condições de familiaridade ao recém-nascido, visto que o momento inicial da vida da criança é permeado de dependências e de necessidades. Assim sendo, os pais precisam ser fontes de circunstâncias de amor, cuidado, interesse, receptividade e assim por diante.

Os pais realizam um importante amparo de cunho psíquico, pois a base psicológica da criança vai sendo formada, moldada por eles. Quando pensamos sobre o cuidado no início da vida da criança, logo lembramos da presença materna, e, de fato, ela é a figura essencial para o desenvolvimento do bebê. Desde o alimento, o leite materno, até os cuidados com o bebê, essa presença envolve o futuro da criança, isto é, as relações afetivas entre a mãe e o bebê são basilares para a formação e a organização da identidade do mesmo enquanto futuro adulto.

Obviamente, o cuidado da mãe não perde o seu valor, mas ao se pensar sobre o cuidado da criança em sua vida inicial, as funções materna e paterna estão interligadas e se tornam complementares. O pai pode ter uma função materna, assim como a mãe, diante de uma atividade paterna. O pai troca as fraldas da criança, a mãe também; a mãe segura o bebê no colo, o pai também; o pai embala a criança para ela dormir, a mãe também. O que eu quero dizer é o seguinte: já que estamos nos aproximando do Dia dos Pais, nada melhor do que refletir sobre o seu desempenho diante da família. Ser pai é poder caminhar sobre um espectro de possibilidades, sendo um auxiliador para a maturação da criança.

A função do pai, desde o início da vida da criança, é prover apoio, condições de segurança e estabilidade. O pai é como aquele que inscreve uma possibilidade para o indivíduo, ele desinveste de si para oferecer todo o necessário para o seu filho. O pai é o ser que visa mostrar para o bebê que existem outras pessoas no mundo além da mãe. Uma presença paterna efetiva cria filhos mais seguros nos estudos, na escolha de uma profissão, na tomada de decisões importantes; caso contrário, não havendo uma presença marcante, o resultado será filhos emocionalmente frágeis e propensos a determinadas inseguranças. Além dos cuidados com o filho, o pai é fonte de cuidado e apoio para a mãe, ou seja, ambos precisam compartilhar tal trabalho, afinal, é uma caminhada de auxílio mútuo.

O PAI É UMA CRIATURA DE DEUS

“Grandemente se regozijará o pai do justo, e quem gerar a um sábio nele se alegrará” (Pv 23.24). A Palavra de Deus fala muito sobre a figura paterna. Eu gosto do livro de Provérbios, onde o versículo acima citado traz a pura beleza do amor de um pai, em outros termos, a alegria de um pai em ver seu filho crescer em sabedoria. Uma alegria que vai além de uma conquista material. E não é uma simples sabedoria, secular, mas uma sabedoria provinda da confiança em Deus.

Sim, a alegria genuína de um pai está em saber que o filho descansa na figura do Pai, que busca o Pai, que louva e honra a Jesus Cristo. Sendo assim, termino este artigo felicitando você, pai, que está lendo este texto. Você, enquanto criatura de Deus, possui um importante papel em sua família: ser o mantenedor e incentivador da Palavra de Deus. O pai que anuncia o Pai maior. Um abençoado Dia dos Pais para você.

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