A beleza de Jesus

Lutero observou que no cultivo da música de qualidade se evidenciam a bondade e a grandeza de Deus

Iara Proescholdt Timm Musskopf
Porto Alegre, RS
 

Uma das coisas mais belas que marca a nossa vida, entre tantas outras, são canções. Conta-se que Einstein definiu a Cantata “Sheep May Safely Graze”, BWV 208, de J.S.Bach, como a expressão da mais perfeita beleza. C.S.Lewis escreveu que a música é o objeto conhecido nesta vida que mais fortemente sugere o êxtase e a infinitude. As doces melodias, o conteúdo das letras, as conexões que fazemos com memórias e demonstrações de afeto se juntam e nossos corações são tocados. Guardamos esses momentos especiais em nossas memórias mais queridas e, sempre que possível, queremos vivenciá-los novamente.  Lutero observou que no cultivo da música de qualidade se evidenciam a bondade e a grandeza de Deus.

Uma canção em especial marcou minha infância, junto com a recitação de versos no tempo de natal lá em Baixo Guandu, ES. Escrita de forma poética e cantada com a melodia “Beautiful Savior” (The Lutheran Hymnal, 647), ela destaca com diversos adjetivos o atributo da beleza de Jesus:

1. Jesus formoso,            Todo Poderoso,               Criador e Salvador:         Eu quero amar-te,          sempre adorar-te,           Ó meu querido e bom pastor!                2. Viço e beleza, força e riqueza são da terra o sumo bem. Meu Rei gracioso, Jesus formoso, mais, muito mais encantos tem.  3. Nem céu nem terra tesouro encerra que se iguale ao meu Jesus. Sol, lua, estrelas, não são tão belas como é o Cristo, a diva luz;  
4. Ouro e brilhantes, pedras cintilantes, joias são de real valor. Joia mais pura maior ventura é meu Jesus, bom Salvador!  5. Flor primorosa, gentil, viçosa, é o juvenil frescor. Vento do norte traz fria morte; mas sempiterno és tu, Senhor.(Jesus formoso – Schoenster Herr Jesus, Muenster, 1677, tr. L.Krey, 1949)  

Formoso, poderoso, querido, amável, encantador, gracioso, inigualável, sempiterno, são os adjetivos que descrevem a perfeita beleza de Jesus na canção que está gravada nas memórias afetivas da minha infância.

Em épocas festivas, a beleza de Jesus resplandece, como quando celebramos sua humanação: há singela, beleza, no Deus Conosco – o Emanuel, na promessa cumprida, no Magnificat, na adoração sincera dos reis magos, nas canções dos anjos. A maioria de nós sente o coração se enternecer com o som das melodias natalinas.

Mas como enxergar a beleza de Jesus no tempo reflexivo da sua morte?  Na descrição do Servo Sofredor, em Isaías 53.2, é dito sobre Jesus que não havia nele beleza que nos agradasse. Nada que nos atraísse para ele, nenhum resplendor, brilho, nenhum prazer na sua visão. Mas o Servo Sofredor agradou ao Pai e satisfez nossa necessidade de redenção. Sem Jesus, a visão de um Deus irado só nos encheria de pavor e medo. Deus é belo para quem recebe o evangelho, recebe JESUS. Ele nos substituiu, trocou de lugar conosco, nos redimiu. Agradecidos, cantamos canções que exaltam sua beleza.

O salmista Davi expressou o seu desejo de estar na presença do Senhor para contemplar sua beleza (Sl 27.4 NAA), ou seja, reconhecer sua bondade: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo”.

O poeta George Herbert (1593-1633) assim se expressou: Ó, que teu bendito SACRIFÍCIO seja meu, e santifica este ALTAR [meu coração], para que seja teu. Jesus, tu és o meu encanto, minha vida, minha luz, beleza única para mim!

Quão belo Jesus é para você?

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