HO HO HO – Aquela conversa sobre o Bom Velhinho chegou

“O Papai Noel não é o centro do Natal, mas o que o bispo Nicolau, que foi o primeiro Noel, fazia – a fé no Jesus menino, que ele demonstrava com atos –, isso é o centro.”

#alerta de spoiler

Não estava preparada para ela. Há poucas semanas, meu filho Rafael, de 8 anos, chegou na cozinha e foi direto ao ponto:

“Mãe, o Papai Noel não existe de verdade, né?”

Em poucos segundos, tentei buscar o melhor repertório para responder. Fui “salva” pelo meu filho do meio, que passou perto de nós. Eu disse ao mais velho que deveríamos retomar o assunto em outro momento, e que ele não comentasse nada com o mano de 5 anos.

Deixamos a conversa para outro dia, e fiquei refletindo sobre a melhor forma de abordar o assunto. Voltei no tempo em que eu tinha um misto de medo e alegria cada vez que encontrava o Papai Noel. Apesar de ver que uns eram mais “verdadeiros” do que outros, sempre vibrei ao encontrar o Bom Velhinho, ao assistir suas aventuras nos filmes natalinos. Isso acontece até hoje. Meus pais conduziram tão bem esse assunto, que nem lembro ao certo quando a chave virou para mim. Na realidade, continuo acreditando nele, não do jeito mágico, mas naquele que deu origem a toda essa história.

Em 2021, convidamos o pastor Martinho Krebs, conhecido como o Papai Noel Luterano, para dar o seu testemunho na série “Cristo para todos, Cristo para você”*. Concordo com o que ele falou:

“O Papai Noel não é o centro do Natal, mas o que o bispo Nicolau, que foi o primeiro Noel, fazia – a fé no Jesus menino, que ele demonstrava com atos –, isso é o centro. Dizem as pesquisas que, por volta do ano 280 d.C., o bispo distribuía sacolinhas com moedas, guloseimas e roupas na casa dos mais pobres. Fé traduzida em caridade. Esse amor, cuidado e carinho pelos desprezados, essa filantropia teria sido o eixo da vida de fé do bispo Nicolau, do São Nicolau, Bom Velhinho, Santa Claus, Papai Noel. A figura do Noel sugere bondade, compreensão, alegria e até cumplicidade às crianças que vêm falar com ele.”

Esse Papai Noel reflete o amor de Jesus, assim como cada um de nós deve refletir. Mas, cá entre nós, o que são as renas perto da multidão do exército celestial que apareceu aos pastores, no Natal, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.13-14)? Quando conhecemos e ensinamos a verdadeira história do nascimento do Salvador Jesus, o Papai Noel passa a ser apenas mais um adorno nessa linda festa.

Não concordo com quem demoniza, escanteia ou desmascara o Bom Velhinho. Mas cada família é que deve gerenciar esse assunto. O ideal é que aconteça como foi aqui em casa: com a criança tendo maturidade para juntar as peças e decifrar a realidade com ajuda dos pais.

Quando chegou o dia de retomar a conversa por aqui, usei a tática de pedir ao meu filho o porquê de sua pergunta. Ele respondeu: “Porque é muito estranho alguém barrigudo, de barba branca passar por tantas casas, no mundo, em poucos instantes, num trenó com renas”. Me diverti e concordei que isso era demais. Falei do primeiro, o Nicolau. E meu marido lembrou que era importante ele manter o encanto para os irmãos mais novos.

Maravilhoso mesmo seria se, assim como o primeiro Papai Noel, todos aqueles que o representam, hoje, fossem cristãos e aproveitassem para compartilhar o sentido do Natal, para falar do verdadeiro presente que foi dado a nós naquela noite santa e que continua sendo o mesmo! Todos diriam: HO-HO-HO, Feliz Natal com Jesus, o Emanuel, o Deus conosco!

*Veja o vídeo do Pastor Krebs, no canal da IELB no Youtube www.youtube.com/@ielboficial, escrevendo Papai Noel na pesquisa.

*Assista a esta mensagem, em vídeo, no canal Youtube.com/AlineKoller

Acesse aqui a versão impressa.

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