Psicologia de transgeracionalidade

Uma experiência profissional e de fé entre mãe e filho – em família

Beatris Barbier
Psicóloga
Cambará do Sul, RS

Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele (Pv 22.6). 

Fui convidada a relatar a experiência que estamos vivendo neste momento, o que aceitei com muita honra e felicidade, pois falarei um pouco sobre minha família.

Sou Beatris, casada há 24 anos com Marcos (Zico), e temos dois filhos, Helena e Nicolás. De profissão, sou musicista e psicóloga. Tenho em minha vida o maior propósito, ser esposa e mãe, e sinto que Deus tem me abençoado com experiências das mais diversas e intensas nesse campo.

Pois falando em família, quero brevemente relatar o que também recebi de herança dos meus pais, aquela que vem junto com a nossa “mala de garupa”, utilizando-me de uma expressão gaúcha, durante nossa caminhada. Os conteúdos da “mala” podem e acabam por fazer a diferença em nossa caminhada, tanto sob a perspectiva de conhecimentos e experiências, como também de bênçãos que nossos antecessores foram trabalhando para que herdássemos. 

Cito aqui, com muito carinho, minha mãe, uma pessoa definitivamente firme e aprofundada em sua fé. Compartilhava conosco relatos de seu avô, que contava histórias bíblicas cotidianamente de memória, sendo isso uma lembrança muito presente na vida de minha mãe. Também falo do meu pai, pastor Ivo, tenho nítida a imagem dele escrevendo seus sermões, pesquisando o mesmo versículo em até cinco versões ou idiomas, o modo como ele administrava a vida cristã da comunidade, e aquelas conversas que só um pai pode proporcionar a um filho, aqueles conselhos embasados nos princípios cristãos que ficarão para sempre marcados em meu ser e no da minha família.

Com estes breves relatos, pude mostrar um pouco da herança que trago, podendo assim também entregar o que fizer sentido ao nosso filho, conforme seu propósito. Refiro-me aqui ao conceito da psicologia de transgeracionalidade, ou seja, os processos transmitidos de uma geração à outra. Cabe à nova geração visitar sua herança, validando-a ou não, conforme seus significados e momentos, mas sempre honrando, de acordo com o que Deus nos ensina no quarto mandamento, nutrindo-nos da herança com conhecimento, respeito e honra para que tenhamos uma boa vida sobre esta terra; assim, Deus ainda acrescenta mais uma herança a essa “mala”, a bênção sobre as gerações futuras.

Hoje nos encontramos com dois filhos adolescentes e universitários que começam a apontar suas próprias escolhas. E sempre deixamos claro de que será a partir dos seus desejos, do quanto conseguem suportar e arcar com suas escolhas. Qual o preço escolhido a ser pago. Afinal, eles foram paramentados para que pudessem iniciar suas escolhas e “pagar suas próprias contas”, bancando-se, ou, conforme uma fala psicológica, suportando-se enquanto indivíduos.

Por bênçãos de Deus, nossos filhos têm estudado em instituições cristãs, na primeira infância e no início da adolescência em instituição luterana (Colégio Cristo Redentor/ULBRA) e, depois, em instituição adventista.  Inclusive na graduação.

Nosso filho mais velho, Nicolas, hoje está cursando o quarto semestre de psicologia em uma instituição cristã.  E, nesse período, ou como chamam os peruanos, este ciclo, ele está cursando em Lima, no Peru, num projeto de intercâmbio da FAP (Faculdade Adventista do Paraná).

Saber que sua graduação está sendo cercada pelos princípios cristãos, para nós tem sido um grande diferencial.  Percebemos que Deus tem sido convidado a estar nessa faculdade.  Presenciamos o momento que os alunos e professores entregaram suas vidas e os projetos que iriam fazer na disciplina de psicologia comunitária. Antes de irem a campo, entregaram suas vidas e projetos para que Deus abençoasse, aí fico imaginando a pessoa que irá receber o atendimento psicológico abençoado!! Isso potencializa a ação infinitamente. Esse momento foi tão intenso até para nosso filho, pois ele estava tão cheio de felicidade que fez uma vídeo-chamada para que nós, pais, pudéssemos acompanhar esse momento com ele.

Bem, foi um grande prazer compartilhar essa experiência da intimidade de nossa família com mais irmãos na fé, aliás, também agradecer a Deus por esta “rede de amigos e irmãos na fé”, pois assim como colaboramos para a existência, expansão e força dessa rede de amigos-irmãos, vemos nossos filhos sendo acudidos por ela. Lá em terras que falam espanhol, encontramos um pastor luterano local, de Lima, que estendeu a mão ao nosso filho e o acolheu em sua casa e congregação, validando a fé cristã e o amor entre irmãos.

Desejo que todas nossas famílias possam colher os frutos de tantos investimentos para o crescimento na fé, no espírito, no corpo e no amor de todos os nossos filhos.

Comentários

    • Cumprimentando cordialmente, me chamo SILVAN A, sou esposa do pastor da Congregação Evangélica Luterana Ebenézer de Apuí AM, estou buscando um acompanhamento psicológico. em nossa cidade temos poucas profissionais na área da psicologia, as quais tenho uma bom relacionamento mas não são cristãs. após a leitura de seu relato sobre sua família, gostaria de saber como faço para ter atendimento online. Grata

  1. Cumprimentando cordialmente, me chamo SILVAN A, sou esposa do pastor da Congregação Evangélica Luterana Ebenézer de Apuí AM, estou buscando um acompanhamento psicológico. em nossa cidade temos poucas profissionais na área da psicologia, as quais tenho uma bom relacionamento mas não são cristãs. após a leitura de seu relato sobre sua família, gostaria de saber como faço para ter atendimento online. Grata

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