Imagino que você tenha suas músicas preferidas. Aquelas que estão na lista do spotify para ouvir enquanto caminha, trabalha ou enquanto relaxa no sofá. Ou aquelas que são trilha sonora nas longas viagens. Confesso que já ouvi mais música do que hoje, especialmente na juventude, quando ouvia o famoso programa de rádio Pijama Show, até adormecer.
O pesquisador da Unifesp, Mauro Muszkat, traz informações maravilhosas sobre o efeito da música em nosso cérebro. Ouvir música não é só lazer. É algo terapêutico. Estimula e desperta as mais diferentes partes do cérebro. De acordo com o pesquisador, a música pode ser fator de melhora para situações de depressão e até mesmo de Alzheimer. A música tem o poder de mudar nossos batimentos cardíacos, de alterar nossa frequência respiratória e de influenciar nossos ritmos elétricos cerebrais. É como se a música pegasse pela mão nossas funções biológicas e as colocasse a dançar. Seja uma dança alegre e festiva, para relembrarmos as grandes felicidades da vida, seja a dança lenta e cabisbaixa, que traz à tona as dores do passado.
Em uma cultura tão empobrecida musicalmente, esta época do ano é um presente de Deus também aos nossos ouvidos. As canções de advento e natal soam fundo na mente e no coração. Fazem desacelerar. Convidam a respirar fundo. Fazem brotar a esperança. Trazem paz. Lembre-se de canções como “Noite Feliz”, “Ó Tempo Santo de Natal”, “Quem é o Menino a Repousar?”, “Deus Tem Amado” ou “Anjos Santos a Cantar”. São canções que trazem paz. Não somente pelas suas espetaculares e doces linhas melódicas. Especialmente, porque elas têm conteúdo: a Palavra de Deus.
Maria, radiante de alegria, usou a música para louvar a Deus. Louvar por ela ser a mãe do Salvador, o Emanuel, o prometido desde os tempos do antigo testamento. Ela cantou assim: “A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador” (Lc 1.47). O nascimento do Salvador faz o povo de Deus cantar de alegria. Ontem, hoje e sempre.
Então fica a dica: que as doces canções natalinas nos peguem pela mão e nos convidem a bailar ritmados pela graça de Deus. Exatamente como diz a segunda estrofe da canção de Eduard Ebel, de 1895: “Cessem prantos e dor // vence as mágoas o amor // do meigo infante Jesus // trevas transformam-se em luz” (Já Vem Perto o Natal, 572 Hinário Luterano).