1º Mito: Se ele (a) se arrepender, pedir perdão e mostrar que está arrependido (a), aí eu perdoo.
Esse mito se baseia na ideia de que o perdão é um benefício para quem o recebe, e que só deve vir quando essa pessoa merecer. Mas o perdão liberta primeiro quem perdoa, dando paz ao coração e livrando dos sentimentos ruins que se acumularam. O maior beneficiário do perdão é você mesmo, por isso não espere o outro merecer para poder desfrutar.
2º Mito: Eu até perdoo, mas não esqueço!
Perdoar significa anular a dívida que a pessoa tinha conosco. Não faz sentido dizer que perdoou e guardar o comprovante numa gaveta mental, para usar depois. Ele já não tem mais valor, está cancelado, e por isso não pode ser trazido à mesa em futuras discussões ou negociações. Isso é fundamental para que o relacionamento ainda possa sobreviver.
3º Mito: Se você ainda lembra, é porque não perdoou de verdade…
Parece que esse mito contradiz o segundo, mas não é bem assim.
A ofensa perde o efeito de dívida quando perdoamos, mas isso não significa que não haja consequências ou cicatrizes. A diferença é como vamos lidar juntos com isso. O processo é semelhante ao do luto. A gente não esquece, mas lembra de um jeito diferente, como aprendizado e gratidão.
4º Mito: Eu perdoo uma vez ou duas, mas três é demais!
Jesus “matou essa” ao explicar para Pedro que não era o caso de perdoar sete vezes, mas setenta vezes sete (Mateus 18.21-22). Naquele contexto, o sete era um símbolo da perfeição divina. Ou seja: perdoe sempre! Isso nos ajuda a pensar naquelas situações de difícil luta contra vícios, em que recaídas fazem parte do processo. Claro que a gente deve estabelecer limites aceitáveis para a convivência, mas não precisa limitar o perdão no coração. Mesmo que um dia aconteça o afastamento, perdoar sempre é o que apaga a mágoa e sela a paz.
5º Mito: Perdoar é coisa de gente fraca.
Se Deus é descrito como aquele que é amor, rico em perdoar, e que lança fora as nossas ofensas, então não dá para pensar no perdão como fraqueza. É força que vem de alguém Todo-Poderoso, garantida na maneira como Jesus suportou e venceu as nossas verdadeiras fraquezas: entre elas o ódio, o egoísmo e o orgulho.
Herivelton Regiani
Pastor em Natal, RN
*Este texto foi publicado no Mensageiro Luterano de janeiro/fevereiro de 2014.