Teoricamente, até podemos distinguir educação de ensino, entendendo “educar” como o ato ou processo de preparar o indivíduo para a vida por meio de valores e princípios, e “ensinar” como a transmissão de conhecimento. Ambos, no entanto, têm o mesmo objetivo: preparar nossas crianças para a vida de relacionamento com Deus e com seu semelhante.
A distinção entre estes dois termos, no entanto, nos ajuda a compreender os papéis da família, da escola e da igreja neste processo de educação, ensino e aprendizagem. Pois vivemos uma tendência de terceirizar tudo, inclusive a educação, e muitos pais têm delegado à escola e à igreja o papel de educar seus filhos.
Contudo, está claro de que que Deus delegou aos pais a sublime missão de educar seus filhos “na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4 – NAA), ou, conforme a NTLH, “com a disciplina e os ensinamentos cristãos”. Contando, porém, com o apoio da igreja e da escola nesse processo. Mas para que os pais possam ensinar aos seus filhos sobre Deus, eles precisam primeiramente estar convictos de quem é Deus e se relacionarem com ele verdadeiramente por meio de uma fé sincera.
No entanto, com as mudanças socioeconômicas e socioculturais de nossos dias, bem como o avanço tecnológico que traz um mundo de conhecimento para dentro de nossas vidas, vêm também muitas coisas que não são boas e que afrontam ou distorcem os valores e princípios cristãos, tornando a educação de nossos filhos no caminho do Senhor um grande desafio. A própria ausência de diálogo entre pais e filhos, de leitura bíblica, de oração, de participação nos cultos, tem distanciado a família de si mesma, de Deus e, consequentemente, da salvação.
Compartilho algumas questões práticas para refletirmos, relacionando alguns dos valores cristãos que aprendemos de Jesus, como:
- amor;
- fé;
- respeito;
- honestidade;
- bondade;
- alegria;
- humildade;
- gratidão;
- lealdade;
- compaixão;
- paciência.
Bem como a lembrança de que “Exemplos ensinam mais do que palavras”, de modo que, além de ensinar pelas palavras, é muito importante que os pais e adultos estejam atentos aos comportamentos que estão transmitindo, por isso:
· observe como você se relaciona com sua esposa/marido e filhos;
- de que maneira você se refere ao próximo dentro e fora de casa?
- qual a importância que você dá à igreja?
- qual a frequência com que você participa dos cultos?
- quais atitudes solidárias você pratica no dia a dia?
- como você age quando comete erros? E com relação ao perdão?
- como você lida com suas fragilidades e medos?
Daí a importância de criar com os filhos e família uma rotina de oração e conversa com Deus dentro do lar. Orações, leituras bíblicas e devocionais, usando o Castelo Forte e/ou Cinco Minutos com Jesus, podem ser realizadas antes das refeições, pela manhã ou antes de dormir. E leve sempre seus filhos à escola dominical e aos cultos, estabelecendo essa prática como uma prioridade em família.
E algo que não pode faltar é o amor, pois com amor também se educa, afinal de contas, “Deus é amor” (1Jo 4.8). Se desejamos desenvolver indivíduos com compaixão, precisamos ser o exemplo concreto disso dentro da relação com nossos filhos. Por isso, aja sempre com muita paciência e amor.
Por fim, o ensinar e o aprender caminham juntos, são as duas faces do educar.
Deus dê a todos, pais e educadores, “Seu Santo Espírito, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.2).
Emerson Zielke
Comissão Nacional de Ensino Confirmatório