As flores são raras, as pessoas são únicas

“Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama...? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei” (Isaías 49.15,16)

Conta-se que uma jovem tinha tudo o que desejava: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que com ótimo salário e uma família unida e feliz. O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo tempo e ela estava sempre em débito em alguma área da sua relação familiar. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos, se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido… E assim, as pessoas que ela tanto amava ficavam para depois…

Um dia, seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, lhe deu um presente: Uma flor muito rara, da qual ele só encontrara um exemplar.  O pai lhe entregou o vaso com a flor e lhe disse:

– Filha, esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la, podá-la de vez em quando, e, às vezes, conversar um pouquinho com ela. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso.

A jovem senhora ficou emocionada e feliz com este belo presente, afinal a flor era de uma beleza sem igual.  O tempo foi passando, problemas foram surgindo, o trabalho profissional consumia quase todo o seu tempo, a sua vida continuava agitada e cansativa, o que não lhe permitia cuidar da flor, como o pai lhe recomendara. Ela chegava em casa e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto lhes dará a devida atenção. 

Um dia, ao chegar em casa, olhou para aquela flor que o pai lhe dera e levou um susto! A planta, antes exuberante, estava completamente debilitada, suas raízes estavam ressecadas, suas flores murchas e as folhas amareladas. Imediatamente colocou água, tentou conversar com ela e acariciá-la, mas nada adiantou. A flor morreu. Ela chorou muito, pois lembrou de tudo o que o seu pai lhe recomendara sobre os cuidados que a flor precisava… Com muita tristeza foi falar com o seu pai sobre o que acontecera…

O pai, após ouvi-la com toda a atenção, comentou:

– Eu já imaginava que isso aconteceria, e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor, porque não tenho outra igual a essa. Ela era única que eu tinha, assim como seus filhos, seu marido e sua família, também são únicos. Todos são bênçãos que o Senhor lhe deu, mas você precisa regá-los, podá-los, sempre que necessário, dar-lhes atenção que precisam, pois assim como a flor, os sentimentos também esfriam e por fim, morrem.  Você se acostumou a ver a flor lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Por fim, o pai amoroso e sábio, concluiu:

Filha! Cuide bem das pessoas que você ama!

Com certeza, isto não aconteceu só com esta jovem senhora, mas acontece e é um desafio permanente para todas as pessoas e famílias. Não só para a mulher, esposa, mãe – mas para o homem, o marido, os filhos, as crianças, os jovens, os adultos, as pessoas idosas – todos tem diante de si esta oportunidade de cuidar das pessoas com as quais convivem. Seja em casa, no trabalho, na escola, sejam familiares ou amigos próximos, todos precisam da nossa atenção, do nosso cuidado, do nosso amor, da nossa amizade, do nosso carinho, do nosso tempo…

Se cada um fizer a sua parte na rede dos seus relacionamentos, todos serão beneficiados, sentir-se-ão acolhidos, valorizados, felizes, alegres, encorajados e motivados a seguir a grande caminhada da vida! Cuidemos bem das pessoas do nosso relacionamento, especialmente, as mais próximas de nós, pois temos apenas um exemplar de cada um deles.

Versículo: 

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama…? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei” (Isaías 49.15,16)

Nilo Wachholz – Mensageiro Luterano – março 2012, p. 34

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