As pessoas são mais importantes que a tela

No mundo digital há uma série de pontos positivos, mas tenho visto que estamos ficando demais na frente do computador, do tablet, da TV e, principalmente, do smartphone. Cada um no seu retângulo. Presos, viciados.

Meu filho menor tinha uns 2 anos de idade, estava brincando e ficou em apuros. Ao lado dele, o irmão mais velho, de 5 anos, assistia a um desenho no celular. O Rafael relutou em largar o aparelho para estender a mão ao Teodoro que pedia ajuda. Aí eu disse: “Meu filho, as pessoas são mais importantes que a tela”. Dias depois, eu estava no celular e o Rafael me chamou uma, duas, três vezes… só então olhei, e ele logo falou: “Mamãe, as pessoas são mais importantes que a tela”.

     No mundo digital há uma série de pontos positivos, mas tenho visto que estamos ficando demais na frente do computador, do tablet, da TV e, principalmente, do smartphone. Cada um no seu retângulo. Presos, viciados. Não é para menos que quando alguém vence o vício dizemos que está livre: livre das drogas, do cigarro, da bebida. E você, está livre das telas?

     Quanto tempo você fica sem dar aquela olhada nas redes sociais? Sem checar o Facebook, o Instagram, o WhatsApp? Aposto que só de ler já deu vontade de ir lá conferir. Aqui, comigo, aconteceu bem isso. Precisei manter o foco e a força para continuar no propósito de escrever este texto. Temos liberdade de escolha, o livre arbítrio, mas estamos cada vez mais limitados ao online. A cada notificação, largamos tudo e todos para ver o que está pipocando na telinha; ficamos sem paciência, ansiosos para conferir as atualizações.

     A dependência do celular é intensa no Brasil, país que está em segundo lugar no ranking de tempo gasto diante das telas: 9h32 de uso diário, segundo a pesquisa “Digital 2023: Global Overview Report”, da DataReportal. O que vem perturbando os especialistas é outra camada desse comportamento viciante, quando ele se manifesta de forma exacerbada e doentia, configurando um mal batizado de no mobile fobia — ou simplesmente nomofobia. Que é o medo irracional de ficar sem o seu celular. Também existe a síndrome de FOMO. A palavra é uma sigla em inglês de fear of missing out, que, traduzida para o português, seria algo como “medo de ficar de fora”.

      Para evitar que nosso caso chegue a um consultório, afetando a saúde mental, a produtividade e o bem-estar, todos nós precisamos de limites, equilíbrio, sabedoria para administrar o tempo. Mas, na prática, o que fazer para não ficar preso às telas?

Aí vão algumas dicas, listadas com ajuda do ChatGPT:

  1. Estabeleça limites de tempo diários para o uso de dispositivos eletrônicos.
  2. Crie horários livres de telas, com tempo para exercícios, leitura, hobbies, atividades em grupo, sair com familiares e amigos.
  3. Defina um “desligamento eletrônico”, pelo menos uma hora antes de dormir. A luz azul das telas pode interferir no sono.
  4. Crie espaços livres de tecnologia (na nossa família, as viagens de carro e as refeições à mesa são feitas sem tela).
  5. Use a tecnologia de forma produtiva, intencional, em vez de passar tempo em redes sociais sem propósito.
  6. Seja um exemplo para familiares e amigos, adotando práticas saudáveis ​​de uso das telas.
  7. Pratique a moderação. Não é necessário eliminar completamente o uso de dispositivos eletrônicos. Eles têm muitos benefícios, desde que usados ​​de forma consciente.

         Que Deus nos ajude no desafio de encontrar um equilíbrio saudável, reduzindo o tempo gasto nas telas e aumentando as oportunidades de nos conectarmos com as pessoas ao vivo e a cores. E que nossos olhos fiquem focados no Salvador Jesus, lembrando sempre que “para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

*Assista a essa mensagem, em vídeo, no canal Youtube.com/AlineKoller

Acesse aqui a versão impressa.

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