Ana Maria Sales dos Santos
Rio de Janeiro, RJ
(Mensageiro Luterano – março 2010 – ano 93 – p. 31)
Somos mulheres, e isto significa desabrochar como flores e carregar dentro de nós sementes que um dia poderão vir a desabrochar também. Somos sensíveis, românticas e temos características próprias que os homens, destinados a serem nossos companheiros, jamais entenderão. O que não significa que não possamos amá-los e procurar entendê-los, pois em matéria de diferença, estamos empatados. Só não podemos ser classificadas pelo tamanho de nossas bolsas ou pela cor do batom.
Na verdade, às vezes dá um pouco de inveja dos homens (no bom sentido) porque eles não carregam nada, enquanto nós parecemos carregar o mundo em nossas bolsas e nunca achamos o que queremos. Realmente, nunca sabemos também se a unha deles quebra, pois eles não fazem disso um drama.
No entanto, somos uma fortaleza, pois Deus nos dá força para sentirmos a mais temida e sonhada das dores – a dor do parto. Cá entre nós mulheres, não dá pra imaginar um homem dando à luz. É certo que sentimos outras dores totalmente estranhas para os homens, mas o que nos encanta é saber que somos para eles como árvores que oferecem conforto, descanso e paz. E nós, mulheres cristãs, buscamos seguir as mulheres que foram notáveis na Bíblia por sua sabedoria. Se não somos como Abigail, buscamos sua sabedoria e virtude; se não temos a beleza de Ester, buscamos sua força; e como Marta e Maria, também buscamos agradar a Jesus, da mesma forma que as mulheres que não se atemorizaram e ficaram ao seu redor no derradeiro momento.
Servindo com amor e alegria
Não nos importamos em servir, pois sabemos que servir é mais importante do que ser servido. Maria, mãe de Jesus, se dispôs a dar de si mesma para servir humildemente a Deus, quando o anjo anunciou que o corpo dela seria o instrumento pelo qual Cristo viria ao mundo. Ela respondeu modestamente: “aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lucas 1:38). Assim, aprendemos que submissão a Deus não significa inferioridade, mas resposta ao imenso amor que ele tem por nós.
Hoje, nós, mulheres, conquistamos diferentes papéis na sociedade, incluindo papéis de liderança. Porém nossa luta está longe de terminar. Nem sempre ganhamos a batalha, mas temos ganhado muitas lutas importantes, não para sermos mais que os homens, e sim para caminharmos junto a eles como companheiras. A nossa força para lutar vem de Deus, e disso não podemos esquecer ou tudo perde o sentido.
O amor de Cristo nos motiva a viver, a querer sempre compartilhar, a querer dar antes de receber. Cristo vive em nós e através de nós. Jamais podemos perder uma gota sequer dessa fonte inesgotável de amor incondicional – Jesus Cristo. Então, podemos continuar tendo uma participação ativa na sociedade, pois CRISTO HABITA EM NOSSOS CORAÇÕES!