Transtorno de Personalidade Esquizotípica

O que é Transtorno de Personalidade Esquizotípica (TPE)?


Pode parecer um tema fora da curva para a nossa realidade. Só que não. Tomando-se a incidência de casos nos EUA (índice máximo preditivo de 4.6% – teríamos algo em torno de 15.377.800 casos de TPE. Projetando esse índice para o Brasil, seria algo como 10.120.000 pessoas com TPE). Segundo Mark Zimmerman, MD, “o transtorno de personalidade esquizotípica é caracterizado por um padrão generalizado de desconforto intenso com relacionamentos íntimos e com capacidade reduzida para tal, por cognição e percepções distorcidas e por comportamento excêntrico”.

Diagnóstico e tratamento


O diagnóstico ocorre na esfera clínica, tanto psicológica quanto psiquiátrica, e o tratamento se dá com terapia (geralmente cognitivo-comportamental) e com fármacos antipsicóticos, ansiolíticos e antidepressivos. Há um bom número de pessoas mal diagnosticadas, ou mesmo sem diagnóstico algum, o que faz aumentar seu sofrimento.

Abordagens psicológicas


Hoje, após 12 anos de experiência clínica em psicologia, e por lidar com essa patologia, tornei-me um psicólogo integralista, convergindo abordagens. A princípio, era apenas psicanalítica, mas hoje adotei convergências com a cognitivo-comportamental, com a sistêmica e, ultimamente, com a Gestalt terapia. Isso oportunizou um leque muito mais amplo de entendimento de vários transtornos e patologias e permitiu um índice superior de sucesso no tratamento.

Como lidar na família


Pessoas com TPE dificilmente têm amigos ou confidentes, exceto familiares e, ainda assim, com restrições. Elas muitas vezes interpretam incorretamente situações simples como tendo um significado especial. Ex.: Duas ou mais pessoas, conversando entre si em um ambiente próximo, cruzam o olhar na direção do paciente, e este acha que todos estão falando mal dele. Essa falsa interpretação o perturba muito, o faz sofrer, e impede qualquer tentativa de aproximação com quem quer que seja, mesmo com alguém com quem já tenha alguma expectativa de relacionamento. A visão que tem de si mesmo é sempre depreciativa. Mesmo quando em tratamento psicológico, o paciente procurará expor seu incômodo ao familiar que elegeu como confidente, mãe, pai ou irmão/irmã. Cabe a estes ouvir com paciência e reafirmar o que provavelmente ele terá ouvido do seu terapeuta: que ninguém falava mal dele, não. Foi só uma coincidência quando olharam na direção dele, sem de fato estarem olhando para ele. O paciente com TPE precisa constantemente ouvir de alguém que confia a mesma explicação de sempre. Isso o tranquiliza.

Outra coisa que ocorre com muita frequência: ele tocar em assuntos repetitivos. E quando o familiar confidente pontua, dizendo: “Puxa, de novo com esse assunto”, o paciente tem dificuldade de perceber que faz isso. Mas a terapia o ajuda a perceber-se um pouco melhor e tentar evitar essa constante repetição – que incomoda os outros e que, em consequência, o constrange e reforça a visão negativa que tem de si. Por isso, é recomendável que familiares participem, a critério do psicólogo, de algumas sessões que os ajudarão a lidar com seus entes queridos, minimizando sucessivos eventos de desconforto.

Vilson Regina

Teólogo e Psicólogo

[email protected]

Fontes de consulta

CID-F21

Zimmerman, Mark., in: https://www.msdmanuals.com Rhode Island Hospital, USA.

https://acaciapsi.com.br/transtorno-da-personalidade-esquizotipica

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