Nossa oração mudou

   "Deus, abençoe as pessoas pobres e ricas que perderam tudo na enchente. Que elas consigam o que vestir, o que comer e uma casa para morar”

         Estávamos voltando de um congresso de crianças da igreja, em 2022, e passamos de carro por uma favela. Percebi que a cena impactou meu segundo filho, então com 3 anos. Ele logo perguntou: ”Mãe, por que temos uma casa tão boa?” Expliquei que éramos abençoados por ter nosso sustento e uma bela casa para morar, mas que o principal era termos a nossa família unida. Naquela noite, antes de dormir, ele incluiu na oração o pedido: “Deus, abençoe as pessoas pobres, principalmente as crianças, que não têm o que vestir, o que comer e onde morar”.

         No início de maio deste ano de 2024, quando a maior catástrofe ambiental do Rio Grande do Sul começou a fazer vítimas, explicamos o que estava acontecendo, de acordo com a faixa etária dos meninos. Após a conversa, o Teodoro, adaptou a frase, pedindo para Deus abençoar as pessoas pobres que perderam tudo na enchente. A oração terminou, e comentei com eles que, desta vez, até as pessoas ricas tinham perdido suas casas, estavam sem ter o que comer e o que vestir. Na próxima noite, quando chegou a hora do Teo orar, ele falou: ”Deus, abençoa as pessoas pobres e ricas que perderam tudo na enchente. Que elas consigam o que vestir, o que comer e uma casa para morar”.

         Emocionante ver quando as crianças prestam atenção no mundo que as cerca, demonstram empatia, se preocupam com o próximo a ponto de lembrar dele ao falar com Deus. Quando Jesus fez o sermão do monte, ao ensinar sobre a oração e apresentar o Pai-Nosso, ele destacou, em Mateus 6.14 e 15, que, a partir de como agirmos com as pessoas, Deus agirá conosco também: “Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês”. Quantas vezes só oramos pensando em nossos pedidos, nossos problemas, nosso umbigo?

        Ao alterar o conteúdo da oração, de acordo com as mudanças da vida, os meninos estão seguindo o que Jesus disse antes de ensinar o Pai-Nosso, em Mateus 6.7 e 8: “E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios; porque eles pensam que por muito falar serão ouvidos. Não sejam, portanto, como eles; porque o Pai de vocês sabe o que vocês precisam, antes mesmo de lhe pedirem.”

       Deus sabe de tudo, mas quer que nos comuniquemos com ele, que tenhamos uma conversa franca e não façamos aquela mesma oração repetida, sem nem pensar no que falamos. Assim como a vida e as pessoas vão mudando, que nossa oração também mude, em favor de toda a criação divina.

       Que lembremos especialmente da Editora Concórdia em nossas orações. Em agosto de 2023, celebramos o seu centenário. Após um ano, nossa oração tem sido para que Deus ajude a casa publicadora da IELB a se reerguer após a inundação provocada pela enchente de maio. Kyrie Eleison!

*Assista a esta mensagem, em vídeo, no canal Youtube.com/AlineKoller.

Acesse aqui a versão impressa.

     

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