Unidos pelo RS

Veja como está a situação das cidades gaúchas e saiba como ajudar as vítimas das enchentes


O Brasil inteiro está mobilizado para ajudar o Rio Grande do Sul, destruído pela maior tragédia climática do Estado. E na Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) não é diferente! O clima de solidariedade, empatia e amor ao próximo se espalha pelo país e até no exterior. A dor dos gaúchos hoje é compartilhada por milhões de pessoas que não medem esforços para doar insumos básicos e auxiliar nos abrigos e na reconstrução das cidades, casas e vidas.


Segundo a Defesa Civil do RS, em todo o território gaúcho, 2.131.968 pessoas foram afetadas pelas enchentes, sendo que 538.245 estão desalojadas e 76.580 em abrigos. Ao todo, 449 dos 497 municípios foram atingidos. Até o dia 17 de maio, foram contabilizados 154 mortos, 806 feridos e 98 desaparecidos.


Canoas e Eldorado do Sul (região metropolitana de Porto Alegre) e cidades do Vale do Taquari estão entre as mais afetadas. A assessoria de Comunicação da IELB entrou em contato com os conselheiros de todos os distritos da IELB afetados para saber a situação de cada cidade, bem como dos membros e templos da nossa igreja (veja os relatos abaixo).


Acesse aqui o site específico sobre a enchente e saiba como ajudar.

DISTRITOS AFETADOS:

Alto Taquari (pastor conselheiro Mario Hartmann)
Tivemos dois templos atingidos: em Lajeado e em Estrela. A Congregação de Conventos, em Lajeado, foi novamente atingida. As cidades de Cruzeiro do Sul e Bom Retiro do Sul, ambas fortemente atingidas, pertencem a Paróquia Cristo de Lajeado. Temos bairros inteiros que desapareceram em Lajeado e em Cruzeiro do Sul. Há casas que viraram ruínas e há lugares que nem o fundamento sobrou para mostrar que tinha uma casa lá. Essa cena se repete em todo o Vale do Taquari. Estrela também foi duramente destruída. Até a Congregação Trindade tem casas, dali para diante são só ruínas e escombros, mas a igreja ficou em pé. Bairros com grande concentração de luteranos, desapareceram, então temos mais de 90% dos membros atingidos. Arroio do Meio também foi devastada, porque ali tem a junção do Rio Forqueta com o Rio Taquari. Os bairros que visitamos em setembro passado, após a enchente, não existem mais, sendo que 90% das casas foram condenadas. Em Roca Sales, subiu menos a água, então não entrou na igreja nem na casa pastoral, mas chegou mais perto ainda. Em Marques de Souza, pontes de acesso importantes foram destruídas. Nosso acesso a Arroio do Meio está bem dificultoso, pois arrancou as duas pontes.


Recebemos doações de São Miguel do Oeste, SC, encaminhadas para grupos de apoio da Univates e associação de bairro, para fazer marmitas. Recebemos 17 pessoas do grupo de voluntários Salve, de Alegrete, dirigido por líderes da Congregação de Alegrete, juntamente com empresários e parceiros voluntários, para ajudar e trabalhar. Esse grupo existe deste 2019, ajudando e apoiando em catástrofes. Ontem (dia 16) foi o dia que recebemos realmente doações. Chegaram duas carretas de Rondonópolis, MT, da nossa igreja de lá, que está mediando, apoiando e trazendo os donativos. São muitos mutirões, pessoas doando vidas, tempo, dons e bens para o trabalho do reino de Deus. Neste momento, não temos mais como administrar doações de roupas. O que falta agora são móveis e residências. Não se consegue imóveis hoje na cidade, nem para alugar, pois o número de pessoas que perderam casas é muito grande.

Concórdia (pastor conselheiro Paulo Pietzsch)
Em São Leopoldo, a Congregação Concórdia, do centro de São Leopoldo, com 120 anos, e a Congregação Santíssima Trindade, com 38 anos, foram atingidas. O maior impacto no distrito, foi na Congregação Santíssima Trindade, pois 80% dos membros desta congregação, foram atingidos e muitos deles ficaram com suas casas embaixo d’agua e perderam tudo. O pastor Silvio Alberto Souza foi resgatado de barco, pois a água estava chegando no segundo andar da casa pastoral. Esta congregação está buscando por doações para a reconstrução do templo, através do PIX – CNPJ: 00.211.389/0001-14.
Também a Paróquia São Lucas, Parque Mauá, que fica localizada em uma área de São Leopoldo bastante castigada pelas cheias do Rio do Sinos, não foi atingida diretamente pela cheia e alagamentos por estar em um nível bem mais alto do que as demais localidades afetadas. A maioria dos membros da Paróquia São Lucas não habitava os locais que foram atingidos pelas cheias; na verdade, sete famílias tiveram a sua moradia alagada. Como a Paróquia São Lucas não foi atingida diretamente pelas cheias, por meio de seus membros, tem realizado um trabalho incessante no intuito de dar abrigo, roupa, colchões e roupas de cama, comida e dignidade às pessoas desabrigadas. Segundo relato do pastor Fabrício Comper, membros disponibilizaram caminhões e barcos para resgatar pessoas, além de preparar mais de 150 refeições (almoço e janta).

Destacamos a parceria da AMG (Associação dos Motoristas de Garibaldi) e Ginásio Municipal de Garibaldi. Vale mencionar e agradecer aos parceiros de Garibaldi pelo apoio e desejo em ajudar aos municípios que foram atingidos por esta catástrofe natural. Sem falar na organização. Eles têm tudo organizado e separado por tamanhos; colchões e roupa de cama; calçados separados por gênero e tamanhos; roupas limpas e higienizadas para que possam ser utilizadas de imediato. Cestas básicas prontas para facilitar a distribuição; alimentos embutidos para aqueles que estão produzindo marmitas para atender aos desabrigados. Como o município de Garibaldi, Rio Grande do Sul, fica localizado à 80 km de onde fica localizada a Paróquia São Lucas, foi disponibilizado, por parte de um membro, um caminhão para ir buscar as doações. A Congregação São Lucas cedeu as dependências para servir de ponto para a distribuição do material coletado para doação. Daí em diante, começou um trabalho incessante para fazer com que as doações cheguem a quem realmente precisa, tanto nos abrigos como nas casas de familiares. No dia 8 de maio, vieram algumas doações do município de Criciúma, SC, por meio de um membro de nossa Paróquia. Vieram mais algumas doações do mesmo local de Santa Catarina, mas optamos por trabalhar com as doações do município de Garibaldi pela praticidade de poder “escolher” aquilo que é necessário no momento para ser doado; o que é diferente de receber doações aleatórias. Desde então, foram realizadas inúmeras viagens ao município de Garibaldi para buscar donativos. De momento, o foco é conseguir o máximo de cestas básicas visando atender as famílias no retorno aos lares. A ideia é delimitar uma área a ser atendida com uma cesta básica quando os moradores retornarem para os seus lares depois da limpeza. De momento, temos em torno de 500 cestas básicas estocadas para este fim. É valido ressaltar que conseguimos um parceiro para custear as viagens à Garibaldi na busca por doações.


A Congregação Bom Pastor, uma das três congregações que compõem a Paróquia São Lucas, abriu as portas da área social da Igreja para abrigar seis famílias. Dentre as pessoas abrigadas na Congregação Bom Pastor, destacamos que há um rapaz que sofre de esquizofrenia e uma menina com paralisia infantil. Ambos os casos requerem uma atenção toda especial em relação a mediação e cuidado com a saúde. Isso fez com que a Paróquia se mobilizasse na busca por remédios, assistência junto a saúde mental do município e uma cadeira de rodas própria para a criança com paralisia infantil. As famílias que estão alojadas na Congregação Bom Pastor estão supridas em relação a alimentos, colchões e roupa de cama, roupas e calçados e muito carinho e amor por parte dos membros da Congregação Bom Pastor. Seguimos trabalhando confiantes de que “até aqui nos ajudou o Senhor” (1Sm 7.12).

Hortênsias (pastor conselheiro Martinho Lutero Weiss Santos)
Nos últimos anos, as enchentes têm sido recorrentes na cidade de Rolante. Em 2023, foram sete enchentes. Nenhuma, porém, foi mais devastadora do que esta última que varreu o Rio Grande do Sul. Os dois rios que passam pela cidade (rio Areia e rio Rolante) se encheram, rapidamente, impossibilitando uma evacuação rápida das casas. Ainda que a Defesa Civil tenha emitido alertas, a grande maioria foi pega de surpresa. Casas, fábricas e estabelecimentos comerciais, que se gabavam por não sofrer com as enchentes, tiveram perdas totais ou consideráveis. Imagine, agora, as casas onde as famílias seguidamente sofrem com as cheias dos rios? Ruas enlodaçadas, inúmeros móveis nas calçadas esperando pelos caminhões de lixo, carros estragados, lojas vazias, casas ao chão, pessoas chorando e com medo com respeito ao futuro. Ao menos, aqui a água veio e não demorou muito a ir embora. Diferente de outros lugares. Vidas também não foram levadas. Enquanto, se juntam os cacos, contam-se os prejuízos. Começamos a sofrer com as enfermidades provindas da enchente: leptospirose, cólera e outras doenças infeciosas. Em torno de 70 famílias luteranas da paróquia São João foram atingidas. Onze delas atingidas com perda quase total. Algumas, inclusive, tiveram de subir em telhados para aguardar resgate. Negócios de membros como padaria, oficina mecânica, lojas, minimercados, pousada, autopeças, casa de material de construções, entre outros sofreram grandes perdas. Quase todas as famílias já foram visitadas e estão sendo acompanhadas pelos pastores.
Mas, a voz, as pernas e braços de Cristo foram ouvidos, vistos e sentidos pela população rolantense. O pavilhão da congregação foi abrigo, por um tempo, para as ambulâncias dos bombeiros. Os caminhões caçamba da prefeitura trouxeram mais de 30 pessoas para que buscassem abrigo conosco e 26 delas dormiram em nosso pavilhão. Gatos, cachorros e até um periquito foram trazidos e acolhidos, porém, em outro ambiente. Respeitamos um bom distanciamento entre as famílias na hora de dormir. Mais de 50 pessoas almoçaram, jantaram e tomaram café no pavilhão entre os dias 2 a 4 de maio. Oramos por eles e com eles. Prestamos atenção as suas histórias e, por vezes, os convidamos a ouvir os hinos de nossos hinários e cancioneiros. Amizades foram construídas com gente que não tínhamos ideia de quem eram. Nessa primeira etapa 10 membros se voluntariaram para cozinhar, limpar, buscar colchões, cobertores, roupas de cama e remédios para os desabrigados. Houveram muitos que abriram as portas de sua casa e abrigaram e deram de comer a vizinhos que não tinham para onde ir. Outros que não estavam limpando suas casas ou casas de amigos e parentes se juntavam para limpar ruas, escolas e estabelecimentos públicos. Dentre eles destaco o departamento de jovens e da Ação Social da Paróquia. Em alguns momentos, o pastor Martinho passava em algumas casas entregando materiais de limpeza, higiene, sanduiche, bolachas, água ou chazinho.
Entre os dias 3 e 9 de maio arrecadamos e distribuímos roupas, calçados, cobertores, colchões, água potável, alimentos não perecíveis, materiais de higiene e limpeza tanto na Congregação Cristo, do bairro Rio Branco, quanto na congregação São João (sede). Agora, além de seguir conversando e orando com famílias atingidas, estamos arrecadando e doando móveis e eletrodomésticos juntamente com a diaconia da IECLB e a Caritas (Igreja Católica).


Algumas histórias (todos são membros de nossa Paróquia):
Quase duas semanas antes da enchente os jovens da congregação realizaram uma pastelada no pavilhão da igreja. Novatos no assunto adquiriram em excesso água e refrigerante. Era preciso mais que uma geladeira para colocar tudo. O que fazer com tanta sobra? Quando todos os desabrigados chegaram não havia água nas torneiras. E não se tinha onde comprar água. Mas, os que estavam conosco não passaram sede. Foi o suficiente.
Um de nossos membros trabalha na Emater. Na tarde anterior a enchente, 23 projetos agrícolas para ajudar famílias carentes foram guardados em uma pasta e deixados em cima de uma escrivaninha. Dois dias depois os funcionários entraram no escritório todo bagunçado e cheio de lama. Mas, sem compreenderem como aquela pasta havia sido jogada pra cima de uma prateleira e cada um dos projetos foi salvo.
Diante da eminente subida da água, que já alcançava a entrada da casa, a senhora Etiene chamou as filhas e pediu que se preparassem porque, talvez, teriam de subir no telhado da casa para serem resgatadas. Mas, antes deveriam pegar suas mochilas escolares e colocar os itens de suma importância e para a urgência do momento. Coisas como água, roupa e toalha, remédio e celular era o que ela esperava encontrar nas mochilas, ao revisá-las, antes de subir no telhado. Uma das filhas, chamada Alici, de treze anos, colocou a Bíblia, afinal, como ela poderia faltar como item de urgência e importância?
O que faz um casal de idosos que mora sozinho, no campo, ao lado de um riacho, longe de vizinhos e parentes quando água com correnteza está a milímetros de entrar em sua casa? Seu Davenir ficou cuidando até onde água iria e dona Nelci, depois de orar, cantava os hinos do hinário que aprendera na infância. Nada poderia lhe dar mais esperança e consolo em um momento tão angustiante onde nem bombeiros poderiam chegar! Como toda a quarta-feira vieram a igreja agradecer o cuidado amoroso de seu Salvador.
Uma das crianças, abrigada no pavilhão da igreja, ao receber um cobertor para dormir aquecido aquela noite, o jogou sobre a mesa de pebolim dos jovens. E foi para baixo daquela casinha que ele havia feito. “Do que aquele menino estava brincando?” – perguntei a mãe. E ela me disse: “ele saiu de sua casa, mas encontrou outra onde brincar”.
A enchente veio tão rápido desta vez que muitos não tiveram tempo de sair de casa, especialmente os que moram perto do rio, mais precisamente no bairro Grassmann. Mas, o que fazer quando nem os bombeiros conseguem chegar até as casas para o resgate? Cristiano é ex bombeiro. Porém, o amor pelas pessoas e a habilidade em salvar vidas são frutos da fé em Cristo. Com um barco emprestado resgatou em torno de 20 pessoas naquela manhã de quinta. Alguns idosos e crianças possivelmente não teriam sobrevivido se alguém não tivesse compreendido que não existe maior amor do que entregar a própria vida numa cruz.
Ao voltar para a escola depois da enchente a professora do Martin (6 anos) lhes deu a tarefa de representar a cena mais marcante desses dias difíceis num desenho. O Martin, que acompanhara o pai pastor e a mãe no cuidado dos desabrigados, não desenhara nenhuma cena chocante ou do terror daqueles dias, mas o jantar no pavilhão da igreja com tanta gente diferente comendo, bebendo, conversando, chorando e se abraçando.

Vale do Rio dos Sinos (coordenador distrital de Ação Social, pastor Aurelio DallOnder)
Foram 50 famílias das congregações do DIVASI diretamente afetadas com as chuvas e enchentes, tendo perdas totais ou parciais de seus bens materiais. Dois templos foram afetados – da Congregação São João, de Novo Hamburgo, e da comunidade de Lindolfo Collor.

O templo da congregação São João, localizada no bairro Santo Afonso, ficou completamente submerso durante a enchente. O pastor Stanley Aguiar relata que, uma semana antes das enchentes, estavam reformando o templo (troca de piso, cimento da parede, etc.) por problemas que tiveram na enchente do ano passado. Infelizmente, perdemos muitas coisas. Ainda há muita água acumulada, e nosso templo permanece inundado, impedindo uma avaliação completa dos prejuízos. A enchente causou grandes perdas materiais para 21 famílias de Congregação, sendo que a grande maioria perdeu praticamente tudo. No entanto, graças a Deus, todos estão em segurança, abrigados em casas de familiares, amigos ou em abrigos fornecidos pela cidade. Recebemos generosas doações das igrejas do nosso distrito, de empresas locais e de indivíduos que demonstraram seu amor cristão e solidariedade. Agradecemos de coração a todos que contribuíram com essas doações. Com isso, estamos organizando e distribuindo kits de produtos de limpeza, alimentos não perecíveis, roupas, calçados e roupas de cama para apoiar as famílias afetadas. A congregação Cristo Para Todos (que faz parte da paróquia da São João) tem sido utilizada como ponto para receber e organizar as doações. Embora já tenhamos recebido muitas doações, ainda enfrentamos grandes desafios. Precisamos aguardar que a água baixe completamente para avaliarmos a extensão total das perdas. De qualquer modo, pretendemos auxiliar com a limpeza das casas, com camas, móveis e utensílios domésticos (dentro das possibilidades).


As congregações do Distrito têm realizado diversas ações para auxiliar amplamente nos municípios, e até mesmo para outros municípios além do Distrito. Destacamos algumas ações:

  • ajuda no resgate de pessoas e retirada de pertences quando a enchente acontecia;
  • campanhas de doação financeira nas congregações, auxiliando diretamente nas necessidades locais;
  • campanha em nível distrital de arrecadação financeira para auxílio nas necessidades;
  • arrecadação e distribuição de produtos higiene/limpeza, colchões, roupas, calçados, cobertores, alimentos, água potável;
  • refeições, marmitas, lanches, encaminhados aos necessitados;
  • Muitos membros envolvidos em auxílio nos abrigos da cidade – apoio;
  • Projeto de aquisição e doação de móveis;
  • Abrigo a animais e suporte com veterinários médicos voluntários, e medicamentos;
  • Uma comunidade abrigando pessoas de Canoas;
  • Conversas, devoções, orações com famílias e pessoas abrigadas nos diversos locais do Distrito.
    Muitos voluntários de nossos municípios e de nossas congregações têm vivido muito o amor ao próximo nesses dias, como estas ações:

    Dia das Mães

    30 toneladas de atitudes de amor, compaixão e fé em dias melhores acabam de chegar diretamente dos irmãos de Nova Resende, Minas Gerais.

Vale do Rio Gravataí (líder leigo Fabio Rods)
Das 18 congregações do DIGRA, apenas três não foram afetadas pela enchente e não tiveram famílias afetadas pela enchente. As situações mais críticas são das congregações São João, do bairro Mathias Velho, e São Lucas, bairro Harmonia, ambas em Canoas.
Ao todo, temos 394 membros do DIGRA afetados pela enchente. Só no bairro Mathias Velho em Canoas, que engloba as congregações São João e São Lucas são aproximadamente 56 casas afetadas.
As congregações estão atendendo as comunidades em que estão inseridas, recebendo doações e distribuindo. Destaque especial para as Congregações Emanuel e Castelo Forte de Canoas que estão atuando diretamente no auxílio da ULBRA, que tem aproximadamente 7 mil refugiados climáticos, e a Congregação Ressurreição, de Canoas, que instalou abrigo para receber membros da Congregação São João.
Dois templos foram severamente afetados, ficando totalmente submersos: da São João, Mathias Velho e da São Lucas, Harmonia, inclusive a casa pastoral da São João, afetando a família do pastor Vitor Valadão.
A Congregação São Lucas, de Porto Alegre, virou centro de arrecadação de doações para o DIGRA, e as Congregações São João, de Gravataí, e São Mateus, de Cachoeirinha, cederam espaço para a guarda de doações destinadas para as congregações São João, Mathias Velho e São Lucas, Harmonia.
No estágio atual, as congregações São João, Mathias Velho e Castelo Forte, de Canoas, estão elaborando seus planejamentos para ações de limpeza quando as águas baixarem, destacando que a São João, Mathias Velho, incluiu em seu planejamento o templo e os membros da São Lucas – Harmonia.


Vale do Rio Pardo (pastor conselheiro Nerlinho Balz)
Os lugares mais atingidos em nosso Distrito foram as cidades de Sinimbu, o bairro Várzea, em Santa Cruz do Sul, e uma parte da cidade de Vera Cruz. Em Sinimbu, a igreja e o pavilhão comunitário foram atingidos. A cidade ficou muito arrasada. Mais de 80% do comércio foi destruído. Em Herveiras, atingiu somente dois comércios, porém estragou muito as estradas do interior com desmoronamentos.

Videiras (pastor conselheiro Leandro Born)
Na paróquia São João, de Nova Petrópolis, graças a Deus não fomos atingidos. Mas fizemos campanha de doação ao Instituto Santíssima Trindade, de Moreira, e doação de mantas para os atingidos em Canoas. O distrito também está com uma campanha de doação em dinheiro que será enviado para o Fundo de Resposta a Desastres da IELB.

Sul I (pastor conselheiro Odacir Biindchen)
O Distrito Sul I, localizado no extremo sul do RS, com mais de 7 mil luteranos da IELB, distribuídos em 13 paróquias, começa a ingressar o momento mais tenso das volumosas chuvas dos últimos dias. A grande quantidade de água, que acompanhamos nas notícias ocasionar destruições na Serra, Vale do Taquari, Rio dos Sinos e Lago Guaíba, tem o seu curso natural a Lagoa dos Patos. Em outras palavras, toda a água acumulada no Lago Guaíba adentra a Lagoa dos Patos e, depois, alcança o mar na cidade de Rio Grande. A Lagoa dos Patos, ou Laguna dos Patos, é a maior da América Latina, tendo quase 300 Km de comprimento e 60 Km de largura máxima.
No dia em que escrevo estas linhas (16/05), a Lagoa apresenta o seu maior nível de elevação. São Lourenço do Sul, geograficamente, é a primeira cidade do Distrito Sul I se considerarmos o sentido norte – sul; que também é o sentido da correnteza da água. São Lourenço do Sul dista 200 Km de Porto Alegre. Ou seja, passaram-se alguns dias até que todo aquele montante de água chegasse à cidade. No entanto, o nível do Lago Guaíba ainda permanece alto, isso significa que ainda vamos presenciar a Laguna dos Patos recebendo muita água e causando aflições e estragos pelo caminho.
A topografia de nossa região é diferente da Serra e Vale do Taquari, por exemplo. O terreno aqui é mais plano. Desta forma, não teremos água em níveis tão altos quanto nos lugares citados (Serra e Vale do Taquari). Por outro lado, teremos uma maior extensão de terreno tomado pelas águas. O nível da Laguna vai depender muito da vazão para o mar e também dos ventos. Ventos do Sul represam as águas da Laguna e, consequentemente, elevam o nível da Laguna. E vento sudoeste ou oeste, trazem a água para cima da cidade de São Lourenço do Sul. No dia de hoje (16/05), o nível da lagoa marcou próximo aos 3 metros.
Seguindo para o sul de São Lourenço do Sul, temos a cidade de Pelotas e depois Rio Grande. Estas cidades são maiores e, portanto, possuem mais habitantes que São Lourenço do Sul. Até poucos dias, estávamos fazendo campanhas e arrecadando doações para repassarmos às cidades atingidas mais ao norte de nossa localização (para Guaíba e Porto Alegre). Inclusive divulgando e contribuindo no PIX [email protected].
Aqui no distrito, também temos o canal São Gonçalo. O canal, de aproximadamente 80 Km de extensão, faz ligação entre a Lagoa Mirim e a Laguna dos Patos. Seu principal afluente é o rio Piratini. Pelotas e demais regiões ribeirinhas, é afetada pela suba deste canal; que no dia de hoje, também registrou seus 3 metros acima do nível.
As paróquias do Distrito estão se esmerando ao máximo para poder minimizar a dor de todos aqueles que estão sendo atingidos pela água. No dia de hoje, fica difícil trazer um relatório de tudo o que está sendo feito no Distrito Sul I. Ao citarmos determinada congregação, certamente ficarão de fora outras; pois ainda estão na fase de auxiliar e com dificuldades de informar o que realmente estão fazendo. O que sabemos e vemos, é que as congregações e membros em particular, têm doado alimentos, água, roupas, roupas de cama, colchões, calçados, artigos de higiene pessoal, espaços, dons, dinheiro, quentinhas, tempo, etc.
Por alto, temos a informação que hoje:

  • Em São Lourenço do Sul há quatro abrigos municipais, um centro de doações disponibilizado pelo município, 171 desabrigados e muitos que estão em casa de parentes/amigos (difícil de contabilizar).
  • Em Pelotas há 705 pessoas em abrigo e muitas pessoas que estão em casa de parentes/amigos (difícil de contabilizar).
  • Em Rio Grande há 666 pessoas em abrigos, muitas pessoas que estão em casa de parentes/amigos (difícil de contabilizar), 981 animais resgatados, nove abrigos prontos (dois em preparação).
    Temos famílias da IELB que foram atingidas. Mas, de momento, ainda não sabemos se a situação não vai piorar. Estamos priorizando o cuidado pela vida e contando com a ajuda de irmãos das congregações de nosso Distrito. Lembrando que alguns templos de nosso Distrito estão em áreas de risco e já tiveram água bem próximo à porta.
    Não será ainda possível detalhar o que cada congregação e membro está fazendo. E muito do que for feito, talvez nem saberemos. Mas, segue um pouco, do muito que está sendo feito, para que sirva de motivação e tenhamos bons motivos para colocarmos em oração e agradecermos por todos os que estão colocando a fé em ação no amor!
    As congregações Bom Pastor e São João, ambas em Rio Grande, estão fazendo marmitas de comida pronta; para entregar nos abrigos. São feitas 100 marmitas por vez (esta já é a terceira vez) com material e mão de obra toda dos membros das congregações.
    Campanhas foram feitas aqui no Distrito com as congregações, departamentos (como no congresso dos jovens) e vários caminhões com doações saíram de Pelotas e São Lourenço do Sul para a região de Guaíba e Porto Alegre.
    A Congregação Emanuel, de Pelotas, está fazendo marmitas solicitadas pela prefeitura, além de arrecadar roupas e outros itens. Já foram feitas e entregues 500 marmitas.
    A Congregação Da Redenção, centro de Pelotas, está arrecadando e repassando roupas e comidas, além de estar lavando roupas de pessoas que estão no abrigo do clube Libanesa. Também já foi preparado o salão da comunidade para atender uma demanda do hospital universitário; que solicitou local para pouso dos profissionais da saúde desabrigados. Além destes, a congregação também está pronta a abrigar famílias da congregação e da escola caso seja necessário.
    A Congregação Cordeiro de Deus, da cidade de Capão do Leão, está recebendo doações e repassando para abrigos conforme a demanda.
    A Congregação Ebenézer, de Pelotas, está fazendo arrecadações e destinando conforme as doações e necessidades vão chegando. A congregação também fez uma live beneficente com o PIX [email protected].
    A Congregação Da Cruz, de Cerrito, está recolhendo doações e encaminhando junto a prefeitura. A congregação está sendo posto de recolhimento do município.
    A Congregação Salvador, de Santa Vitória do Palmar, já entregou, ao serviço social da prefeitura local, sacolas com roupas e calçados.
    A Congregação Cristo Redentor, de Pelotas, está recebendo doações e repassando. Recebeu e encaminhou muitas doações de roupas, calçados, cobertores, colchões, alimentos não perecíveis, entre outros. Muitas doações foram para Guaíba e, agora também, para a Secretaria de Assistência Social do município. Foram feitas doações de cestas básicas para a Defesa Civil, doações de pães para os lanches em abrigos, entre outras coisas. A Congregação, numa parceria com uma empresa do bairro, destinou um recurso financeiro para compra de alimentos e toalhas.
    Repetindo: “Ao citarmos determinada congregação, certamente ficarão de fora outras; pois ainda estão na fase de auxiliar e com dificuldades de informar o que realmente estão fazendo”. No entanto, que tais informações “sirvam de motivação e tenhamos bons motivos para colocarmos em oração e agradecermos por todos os que estão colocando a fé em ação no amor!”
    Enfim, estamos apreensivos e em oração, auxiliando de acordo com os dons que Deus nos concedeu e no local onde nos colocou, sabedores que Deus nunca prometeu vida sem dificuldades aqui neste mundo aos seus (“ainda que eu ande por vales escuros”), mas prometeu que a sua “bondade e misericórdia nos acompanhariam” e, se não recusarmos o trabalho de Deus em nossas vidas, “habitaremos na casa do Senhor para todo o sempre!” (Sl 23)

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