Mesmo que diversas atividades já tenham sido retomadas com as devidas restrições, esta pandemia continua nos privando de algo. Estou falando dos abraços, das boas conversas e dos bons festejos entre amigos e familiares. Quem fez aniversário em plena pandemia sabe do que estou falando. Por mais que haja diversos motivos para louvar a Deus, é até triste não ter a casa cheia de gente querida em uma data especial. Esta cena já foi experimentada na Páscoa, no Dia das Mães e, quem sabe, assim será ainda no Dia dos Pais.
A sociedade está ansiosa para voltar a festejar. Há inúmeras festas clandestinas e ilegais sendo denunciadas às autoridades. Precisamos nos acalmar. Ainda não é a hora de festejar com abraços, beijos e calor humano. Por mais que a tecnologia nos aproxime virtualmente, ainda assim aguardamos ansiosamente o dia em que poderemos encher nossa casa e, com boa comida e bebida, festejar uma data especial. Esse dia ainda vai chegar.
Existe uma festa que é aguardada, ansiosamente, há muito tempo. E a cada novo amanhecer, ela se aproxima mais e mais. É festa com as melhores comidas e bebidas, onde seremos recebidos como convidados de honra e nosso copo transbordará de alegria, como nos diz o salmo 23. Isaías profetizou essa festa assim: “no monte Sião o SENHOR Todo-Poderoso vai dar um banquete para todos os povos do mundo; nele haverá as melhores comidas e os vinhos mais finos. E ali ele acabará com a nuvem de tristeza e de choro que cobre todas as nações” (Is 25.6-7). Eis aí a festa da salvação, a festa que tem Jesus por anfitrião.
Hoje o sofrimento paira sobre as nações e também sobre as nossas vidas. A festa plena da salvação não é aqui. Aqui nossos olhos terão lágrimas, nosso coração carregará suas ansiedades, nossos ombros pesarão por culpas, nossas lembranças estarão marcadas por perdas. Mas um dia a trombeta soará, e os sons de festa, alegria e louvores estarão ecoando eternidade afora. E aí, sim, as lágrimas, dores e culpas serão coisas do passado.
Esse novo vírus nos afasta uns dos outros, criando um sentimento de saudade mesmo em dias que seriam de festa. A morte, pior consequência do pecado, tem criado muita saudade de pessoas que já descansam nas mãos de Jesus. Como gostaríamos de tê-las em nossa frente para abraçá-las e beijá-las! E esse será um ingrediente especial da festa da salvação. Que alegria será reencontrar nossos queridos cristãos! Este dia ainda vai chegar. Mas agora é tempo de nos consolarmos com a promessa de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá” (Jo 14.19).
Na festa da salvação só se pode entrar com uma roupa especial, repleta de dignidade e santidade. Infelizmente, o que oferecemos a Deus são apenas trapos sujos de injustiça. Mas aí entra em ação a misericórdia do Senhor. Em nosso batismo, foi o próprio Deus quem nos vestiu já com a roupa apropriada da festa, roupa da dignidade, não nossa, mas de Jesus. Afinal, assim nos diz a Palavra: “Vocês foram batizados para ficarem unidos com Cristo e assim se revestiram com as qualidades do próprio Cristo” (Gl 3.27). E nesse traje de festa somos fortalecidos na medida em que formos usando os demais meios da graça, Palavra e santa ceia.
Aguardemos ansiosamente pela festa da salvação. Ela vai chegar. Que dia feliz será! Vem, Senhor Jesus!
Bruno K. Serves
Pastor, Candelária, RS