Um casal contra os quatro cavaleiros do apocalipse

A Palavra de Deus diz em 1Pedro 4.8 “Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão de pecados”.

Você já passou por momentos de crise no seu casamento ou namoro? Já se sentiu frustrado por não conseguir conversar e encontrar soluções para os problemas de uma maneira mais respeitosa?

A verdade é que não existem relacionamentos amorosos que não tenham experimentado e vivenciado desentendimentos e conflitos. Todos os casais – mais dia, menos dia – passarão por essas situações.

O casal John e Julie Gottman identificou em suas pesquisas que os casais que conseguem permanecer juntos são justamente aqueles que sabem navegar pelos momentos de conflito e que conseguem conversar quando não concordam um com o outro.

Eles também identificaram quatro padrões de comportamentos que colocam em risco a vida conjugal, que eles nomearam de “Quatro cavaleiros do apocalipse”, ou seja, comportamentos que anunciam, que dão sinais de que o relacionamento está em risco. A parte boa é que eles também nos dão os antídotos que irão nos ajudar a minimizar as consequências desses comportamentos. Vamos conhecê-los?

1)      O primeiro cavaleiro: CRÍTICA

A crítica é um ataque pessoal ao caráter do nosso parceiro. A raiva ou emoção negativa sai da situação em si e se personifica na própria pessoa. Quando criticamos, geralmente atribuímos culpa ao outro de uma maneira violenta e negativa, usando frases do tipo “Você nunca…” ou “Você sempre…” .

É importante e saudável que possamos comunicar aquilo que nos desagrada e nos preocupa. Fazer isso de maneira adequada pode ser bom para o relacionamento e dá a oportunidade do outro atender essas demandas e queixas que apresentamos. 

O antídoto para a crítica seria iniciarmos as conversas de maneira mais gentil, usando frases que expressem nossos próprios sentimentos, focando no “eu”, expressando nossas próprias necessidades, como Eu me sinto… quando acontece…” ou “Eu fico chateada quando…”

2) O segundo cavaleiro: MENOSPREZO OU DESDÉM 

Geralmente esse comportamento é uma sequência do comportamento anterior de crítica. É quando somos desrespeitosos e ofensivos com nosso parceiro. Cruzamos a linha do respeito e acabamos fazendo xingamentos, ridicularizando e zombando do outro, o que é extremamente prejudicial. 

Frases como “Parece que tô falando com uma criança” ou “Você é um idiota” “Você um péssimo pai/mãe”, são exemplos desse desdém.

O antídoto para isso é construir uma cultura de apreciação das qualidades e atitudes positivas do seu parceiro e ser agradecidos por elas. Inclusive, verbalizando ao outro nossa gratidão e apreciação. “Obrigada por ter levado as crianças ao médico”, “Adoro seu jeito engraçado”, “Fico feliz quando você me ajuda em X atividade”.

3) O terceiro cavaleiro: ATITUDE DEFENSIVA 

Em muitos casos, acabamos tendo uma atitude defensiva, contra-atacando e criando discussões intensas. Esse comportamento pode ser encadeado pelo menosprezo e desdém, mas também corremos o risco de interpretar qualquer questionamento ou fala como crítica. 

Por exemplo, um questiona, “Você não conseguiu lavar a louça?”, ao que outro responde, “Porque você está reclamando? Você nem tirou o lixo ainda e quer ficar me cobrando?” Conseguem perceber a atitude defensiva nessa situação?

O antídoto para isso é assumir a responsabilidade. Se você se comprometeu a lavar a louça depois do almoço e não o fez, aceite o questionamento, peça desculpas e renegocie.

4) O quarto cavaleiro: OBSTRUCIONISMO 

Mas o que é isso? É quando simplesmente não há interação, quando uma das partes se distancia para evitar conflitos e desentendimentos. Uma parede é construída entre o casal. Pode até ser que se mantendo em silêncio se evite discussões, mas ao mesmo tempo esse comportamento prejudicará a conexão entre o casal, demonstrando que não se está disposto a assumir os problemas e resolvê-los.

Um antídoto para esse comportamento é verbalizar ao parceiro que a conversa está sendo muito desgastante naquele momento, e que você precisará se afastar da conversa para processar a situação, regular suas emoções e poder se comunicar melhor em outro momento. Vocês podem, inclusive, combinar um sinal que demonstre que precisam de um tempo. Nesse caso, se afastar um pouco e se distrair da conversa pode ajudar a pensar com mais clareza na situação e evitar uma comunicação mais violenta.

Esses ensinamentos do casal Gottman têm tudo a ver com o que a Bíblia também nos ensina. A Palavra de Deus diz em 1Pedro 4.8 “Acima de tudo, cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão de pecados”, o que me faz refletir sobre como o amor é um verbo, é uma ação. Ou seja, para amar, precisamos ser intencionais, precisamos nos dedicar a construir um relacionamento saudável. Isso envolve identificar nossos pecados, aprender a nos comunicar com o outro, saber pedir e receber perdão, aprender a estabelecer limites… Em tudo isso nosso Salvador pode nos ajudar e apoiar, inclusive por meio de profissionais da psicologia.

E aí, se identificou com algum desses padrões de comportamento? Imagino que você já deva ter vivenciado algum deles, assim como eu também já vivenciei com meu marido. O importante é ficarmos atentos a esses comportamentos e buscarmos aplicar esses antídotos. Assim, aprenderemos a navegar pelos conflitos junto com nossos parceiros, de uma maneira que seja respeitosa e que promova o fortalecimento do relacionamento. 

E lembre-se, é possível buscar ajuda profissional quando não estiverem conseguindo superar por conta própria esses desafios.Conte comigo!

Com carinho,

Luise Lüdke Dolny
Psicóloga CRP 12/09392
[email protected]
(48) 99645 4143

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias Relacionadas

Igrejas se unem e tocam sinos pelos 200 anos da imigração alemã

Ação proposta pela comissão do bicentenário: badalar os sinos dos templos - ao meio-dia do dia 25 de julho – por 200 segundos

Veja também

Igrejas se unem e tocam sinos pelos 200 anos da imigração alemã

Ação proposta pela comissão do bicentenário: badalar os sinos dos templos - ao meio-dia do dia 25 de julho – por 200 segundos

Igreja de Candelária, RS, celebra os 200 anos da imigração alemã

Palestra e descerramento de placa alusiva marcaram a data

Convite à igreja

Assista ao vídeo da presidente da JELB, Dagmara Abigail...