A lição de um ipê florido

                Aqui em Candelária, RS, na rua onde o pessoal gosta de praticar corrida e caminhada, há um belo ipê. Flores rosadas. Ao mesmo tempo imponente e delicado. Suas flores embelezavam tanto a árvore quanto a calçada, na qual elas delicadamente caíam. Parecia até mesmo um tapete rosado. Era cenário para fotos depois de uma corrida ou de uma caminhada. Aliás, dizem que essa é a regra mundial dos atletas amadores: se não postar foto, o exercício não trará benefício algum à saúde.

                Estes dias, ao término de mais uma corrida, observei com atenção aquela mesma calçada, aquele mesmo ipê. Tudo mudou. Agora não há mais flores. A árvore tornou-se uma árvore comum, como as outras. As flores que embelezavam a calçada morreram, não há mais cores. Se estragaram, estão mortas e com ar de sujeira. Diante dessa beleza transitória, não há como não se lembrar de algumas verdades que o Senhor nos ensina em sua Palavra.

                “As flores caem quando o sopro do Senhor passa por elas. De fato, o povo é como a erva. A erva seca, a flor cai, mas a palavra de nosso Deus dura para sempre” (Is 40.7-8). O Salmo 103 também diz que a nossa vida é como a flor do campo, que “desaparece, e nunca ninguém mais a vê”. As flores de um ipê nos lembram de algo que não queremos ser lembrados. Não somos eternos. Não estamos imunes às dores da vida. Não somos donos da nossa vida. Somos frágeis. Vulneráveis. Finitos.

                Essa verdade deveria nos acordar. Embalados por vaidades e prosperidades, sonhamos com a sensação de onipotência. Ou de que as tragédias são apenas com os outros. Mas a verdade é dura. A não ser que Jesus volte antes, a morte está à nossa frente. Envelhecimento, acidentes, enfermidades. De uma forma ou outra, ela está no horizonte. E ninguém sabe o quão próxima ela está.

                Diante dessa dolorosa verdade, há um convite. A olhar para a mesma mão que cuida do ipê. A mesma mão que colore as flores da primavera. A mesma mão que nos formou no ventre de nossa mãe. É a mão que convida ao arrependimento, à mudança de vida, ao viver no Caminho, na Verdade, na Vida, que é Jesus. Ele é o Redentor, o Salvador, o resgate de uma criação arruinada e fadada à morte. Nele há vida. Para todos os que nele creem. Uma vida que a morte biológica não tem poder para matá-la. Que será plena na ressurreição. Aproveite. Ainda há tempo para você. Depois, pode ser tarde demais. E não foi por falta de aviso.

                Então fica a dica: as flores da primavera nos ensinam que a vida é feita de ciclos. O que é belo, um dia poderá tornar-se feio. “Mas a palavra de nosso Deus dura para sempre” (Is 40.8). E nessa Palavra, nesse Verbo que se fez carne, está o nosso resgate.

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