Sempre admirei Maria, mais ainda depois de me tornar mãe. Em 2015, quando nasceu nosso primeiro filho, Rafael, voltamos para casa na véspera do Natal, e fiquei imaginando como foi diferente o parto da mãe do Salvador sem a equipe médica e os cuidados hospitalares que tínhamos acabado de receber. Em 2019, chegou nosso segundo filho, que teve o privilégio de interpretar o personagem principal logo em sua primeira participação no programa de Natal. Meu marido e eu tivemos a emoção de estar com o Teodoro no presépio, sendo José e Maria.
Para algumas pessoas, a participação de Maria na vida de Cristo se resume ao Natal e à Páscoa. Mas como foi o dia a dia dessa mãe com o menino Jesus, tendo que fugir para o Egito logo cedo por saber que a inveja de Herodes ameaçava a vida de seu pequeno filho? Como foi educá-lo na adolescência? Como ela se sentiu ao ver as injustiças feitas contra ele, jovem adulto, culminando com sua crucificação, aos 33 anos? Aspectos que só despertaram minha atenção quando ganhei um presente muito especial do Sr. Altair Sobczak, líder leigo do Distrito Campos Gerais, que me deu um livro com a dedicatória: Desejo que esta obra, Maria, a maior educadora da História, contemple a tua inteligência e sabedoria na arte de orientar e educar teu querido filho ou “os”. Ao te tornares uma mãe, recebestes a responsabilidade e as ricas bênçãos do Senhor Cristo Jesus, nosso Salvador.
O autor Augusto Cury estudou a personalidade de Maria, mostrou sua inteligência fascinante e sua capacidade deslumbrante de ensinar. Ele mesmo reconhece que algumas perguntas sobre ela jamais serão respondidas, outras terão respostas incompletas. Mas, a partir dessa leitura, passamos a reconhecer ainda mais o papel importante de Maria. Uma adolescente que logo teve consciência do poder fantástico dado por Deus e se colocou à disposição para servir. Era profundamente agradecida pelo privilégio dessa missão.
A Bíblia fala pouco do período da infância e adolescência de Jesus. Em Lucas 2.40, é dito que “o menino Jesus crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele”. Que belo manual teríamos se este período fosse esmiuçado. O livro busca fazer isso, apresentando dez princípios que Maria utilizou para educar o menino Jesus. Alguns conteúdos não são um retrato fiel do que aconteceu, mas nos ajudam a refletir sobre o privilégio de educarmos outros seres humanos, seguindo o que a Bíblia nos mostra a partir dos ensinamentos do Filho do Altíssimo e também Filho do Homem. “Maria educou, dentro das suas limitações, Jesus para que ele experimentasse a natureza humana em grande estilo e se tornasse uma dádiva para a humanidade.”
Ao final, destaca a coragem de Maria e de outras mulheres ao seguir Jesus quando o mundo o aplaudia e também quando desabava sobre ele. “Seguiram-no na alegria e choraram com ele suas lágrimas. O menino que ela amamentou, embalou e acarinhou a cabeça agora tinha uma coroa de espinhos.” Dos quatro evangelistas, apenas João relata que instantes antes de morrer, na cruz, Jesus se preocupou com a dor de sua mãe. “Vendo Jesus a sua mãe e junto dela o discípulo amado, disse: – Mulher, eis aí o seu filho. Depois, disse ao discípulo: – Eis aí a sua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa” (Jo 19.26,27). Ela estava junto de seu filho até o último instante da sua missão em favor da humanidade.
Que neste mês das Mães e sempre, o exemplo de Maria nos inspire a observar a educação do menino Jesus e a repensar a nossa direção como mães e pais para criarmos filhos guiados pelo Espírito Santo, que brilhem neste mundo, refletindo a luz que vem de Cristo.
*Assista a essa mensagem, em vídeo, no canal Youtube.com/AlineKoller.
Aline Gehm Koller Albrecht
Jornalista
@Alinegk