Família: pra que te quero?

Como cristãos, aprendemos desde cedo sobre a importância da família. A Bíblia nos mostra como cada membro é importante: pais, filhos, marido, esposa, irmãos… São inúmeros versículos que falam sobre o que Deus espera de nós em cada uma dessas funções.

Na psicologia, também estudamos muito sobre a importância que a família tem para o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social de uma pessoa. São destacadas duas funções principais da família nesse contexto:

1. Promover o pertencimento: todos os seres humanos têm a necessidade básica de se sentirem pertencentes, estimados, benquistos e valorizados por outras pessoas. A família é o primeiro grupo de pessoas onde se pode ter a oportunidade de experimentar tudo isso, sendo essa uma de suas funções.

2. Promover a individuação: todos os seres humanos são únicos e singulares. Não existem duas pessoas iguais no mundo (mesmo irmãos gêmeos!). É fundamental termos espaço para explorar nossa individualidade, interesses e escolhas. Nesse sentido, também é função da família proporcionar esse espaço de autonomia para seus membros aprenderem a serem indivíduos no mundo, para além do ambiente familiar. Essa função é especialmente experimentada na fase dos filhos adolescentes.

À primeira vista, essas funções parecem ser paradoxais e contraditórias, mas, na verdade, elas são complementares. É fundamental termos apoio para explorar o mundo e nossa individualidade, tendo a segurança de saber que existe um lugar para onde podemos voltar e encontrar acolhimento e valorização para nosso bem-estar e saúde mental.

Isso me faz lembrar da passagem em que Paulo se refere à igreja como muitas partes em um só corpo (1Co 12.14-21). Temos nossa identidade firmada na segurança de pertencer à família de Cristo, ao mesmo tempo em que temos nossa individualidade, dons e talentos valorizados nessa família.

Seja na família biológica, na família formada por pessoas que exercem essas funções, ou na família da fé, o grande desafio é equilibrar essas duas funções, valorizando-as igualmente. Algumas famílias sabem exercer muito bem a função de pertencimento, mas têm dificuldades em praticar a individuação, e vice-versa. Outras famílias têm problemas em ambas as funções. Isso pode ser um fator que contribui para o risco de adoecimento e sofrimento, tanto físico quanto mental.

Pode ser que em sua família e em sua igreja haja dificuldades no exercício dessas funções e que isso esteja causando sofrimento e prejuízos para sua saúde mental. Nesse caso, é importante que você saiba que podemos aprender e desenvolver essas competências e que existem profissionais da psicologia qualificados para apoiar você e sua família nesse desafio.

Você já conhecia essas funções da família? Já tinha parado para refletir sobre isso? Que tal usar esse texto para conversar sobre o assunto em família? Conte conosco se precisar de apoio!

Luise Lüdke Dolny
Florianópolis, SC
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