“TETÉLESTAI”

A consumação do amor de Deus

Rev. dr. Rudi Zimmer
Pastor emérito da IELB
[email protected]

“Jesus, a paixão maior”

Lema do 43º Congresso Nacional da Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB), baseado no versículo de Hebreus 12.2a:“Conservemos os nossos olhos fixos em Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a aperfeiçoa”.

Segue o resumo de uma das palestras feitas neste evento da JELB.

Jesus se revela como a Paixão Maior

Ele cumpre o Plano da Salvação por meio da cruz

Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (Jo 19.30 – ARA).

Não há dúvida que a exclamação de Jesus “Está consumado!” está no centro daquele evento (na cruz) e, assim, traz a mensagem central deste texto. Em grego, é uma só palavra: “TETÉLESTAI!”.Nesta exclamação, “TETÉLESTAI”, ocorreu a culminância da PAIXÃO DE JESUS por nós, sendo também a expressão máxima do AMOR DE DEUS por toda a humanidade. Por isso, o subtítulo:

A Consumação do Amor de Deus!

  1. Compreensão do texto de João 19.30
    1. Traduções

“TETÉLESTAI” está traduzido assim nas duas versões de Almeida (ARA e ARC): “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito”. E, na versão NTLH, assim: “Quando ele tomou o vinho, disse: – Tudo está completado! Então baixou a cabeça e morreu”.

  1. As circunstâncias, o contexto dessa declaraçãoNo Evangelho de João

 A mensagem central do Evangelho de João que resume tudo é:

Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a Vida Eterna” (João 3.16, NTLH).

Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna”. (João 3.16, ARA).

Onde está o ápice? O apogeu? A paixão? Está na expressão “que deu o seu único Filho” / “que deu o seu Filho unigênito”. Deus entregou como sacrifício o seu próprio Filho, nisso consiste o seu amor, a sua paixão.

E à medida que o dia do sacrifício de Jesus se aproximava, deixa claro aos seus discípulos que, naquele momento culminante do derramamento do amor de Deus no mundo, ele ficaria sozinho: “Pois chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim vão me deixar sozinho. Mas eu não estou só, pois o Pai está comigo” (Jo 16.32).

E, no capítulo 17.1, do Evangelho de João, Jesus começa a sua oração assim: “Pai, chegou a hora…”.

Portanto, a partir desse momento, sucedem-se os eventos que o levam à cruz, onde, finalmente, exclama: “TETÉLESTAI!” – “Acabou!”, “Está consumado!” ou: “Tudo está completado!”.

  1. Algumas promessas do Antigo Testamento

O Antigo Testamento começa deixando claro que a história da humanidade mal inicia e ocorre uma tragédia; uma tragédia que traz a desgraça sobre todos os seres humanos. Essa tragédia, no entanto, não foi algo que sofremos de forma inocente; pelo contrário, dela participamos ativamente. E o seu resultado foi que trouxe a maldade, a desgraça, a escravidão e a morte sobre todos nós.

Conhecemos a história e sabemos como a desobediência a essa determinação trouxe o pecado, a desgraça para dentro do mundo. Deus, porém, não abandonou o ser humano à sua triste sorte; interveio e prometeu socorro: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Deus promete, sim, a vitória, mas a vitória para o ser humano implicava em derramamento de sangue. Como o próprio ser humano não poderia pagar, teria que ser um substituto. E isso se estendeu por todo o período do Antigo Testamento e além; na verdade, até hoje. Por exemplo, conhecemos a história em que Deus pede a Abraão para sacrificar o seu próprio filho, Isaque. O que ocorreu quando Abraão estava para oferecer o seu filho Isaque em sacrifício?

“Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho” (Gn 22.13).

A derrota do inimigo e a libertação da humanidade implicava na intervenção do próprio Deus nesse conflito, e isso, no AT, ocorreu acima de tudo no Egito: “Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.12-13).

É importante observar que só o sangue do cordeiro fazia com que Deus “passasse por cima” das casas dos israelitas.

E, para encurtar a história, o profeta Isaías, mais claramente do que ninguém, mostrou que Deus estava por enviar o seu servo, a fim de realizar o sacrifício de forma definitiva, com o derramamento do seu próprio sangue, em favor de toda a humanidade. Assim diz o profeta Isaías no capítulo 53, versos 4-7:

4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores (Mt 8.17) levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos (cf. 1Pe 2.24-25). 7 Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca … por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (cf. At 8.32-33; Ap 5.6.).

Portanto, quando Jesus, ao final de sua agonia na cruz, deu o seu grito de vitória, “TETÉLESTAI”, ele concluiu a batalha final, estabelecendo a aliança de Deus com a humanidade, prometida desde o princípio, uma aliança baseada em seu amor incondicional pelo ser humano: “Tudo está terminado!”. Nada mais precisa ser feito: “Está consumado!”,Acabou!”.  Vejam que momento transcendental ocorre com o grito de Jesus “TETÉLESTAI!”.

Isso fica ainda mais claro se olharmos para a própria sequência dos eventos no Calvário.

  1. Eventos do Calvário baseados nas “palavras” de Jesus na cruz

Como profetizado em Isaías 53.12, o servo sofredor seria “tratado como se fosse um criminoso” (cf. Lc 22.37), e, de fato, dois criminosos foram crucificados com Jesus, homens que eram ladrões (Mt 27.38), isto é, “pessoas que usaram da violência em seus roubos”.

Jesus foi crucificado às 9h da manhã e permaneceu na cruz até às 15h (durante 6 horas). Podemos acompanhar os eventos da crucificação de Jesus pelas palavras que ele pronunciou. Os evangelistas mostram que Jesus falou sete vezes na cruz.

A primeira palavra é uma oração, logo no começo, assim que tinha sido pregado e levantado na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34).

Nessa oração, Jesus não só inclui os seus executores, mas também os causadores da sua morte (os romanos e seu governador, os judeus e seu sumo sacerdote) e o povo que assistia, muitos deles debochando. – Vejam até onde vai o amor de Deus, que chegava ao clímax na cruz!

A segunda palavra é voltada para um dos criminosos crucificados com Jesus que, arrependido, pedia clemência: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres ao teu Reino”. E Jesus lhe respondeu: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).

Na terceira palavra, Jesus dá atenção à sua mãe. “Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois, disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’”.

Jesus não a chama de “mãe”, mas de “mulher”, como em João 2.4 (casamento de Caná).

          Convém observar que nas três primeiras “palavras”, Jesus se preocupa com os outros (os que o levaram à cruz; o ladrão; e a sua mãe). Ao meio dia, caíram trevas sobre toda a Terra, permanecendo assim até às 15 horas. “É como se o sol não pudesse ficar assistindo quando a luz do mundo se apaga. Chegou a hora das trevas. Em torno da cruz fez-se silêncio. Jesus está calado. Tampouco os escarnecedores se manifestam” (Rienecker, Mateus, pág. 440).

Ao final das três horas de trevas, ecoa um grito, a quarta “palavra”, a palavra central que tem a ver com o seu relacionamento com o Pai: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Sl 22.1)?” (Mt 27.46).

          É Jesus, Jesus que está morrendo. São as palavras iniciais do Salmo 22, oradas por ele em voz alta. Enquanto a dor dilacera o seu corpo, uma noite terrível penetra em sua alma. Isso é o pior na vida, essas lutas da alma, quando ela se torna solitária, quando tudo nela é revolvido, moído e queimado. As dores na alma de Jesus constituíram tormento máximo e extremo. O grito de dor da alma de Jesus tem a ver com Deus (Rienecker, Mateus, pág. 440).

Terminadas as trevas, João narra o seguinte: “Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura (Sl 22.15; cf. Sl 69.21), disse: ‘Tenho sede!’” (Jo 19.28). Esta é a quinta palavra. Depois de todas essas horas e depois da perda de sangue causada pelos açoites, Jesus é torturado pela sede. E para saciá-la, recebe um vinho comum, com gosto de vinagre.

Todavia, o alvo para o qual Jesus havia vindo ao mundo tinha sido alcançado. Assim, ele pronuncia a “palavra” que é o nosso foco aqui, a sexta palavra: “TETÉLESTAI!”, “Está consumado!”, “Tudo está terminado!”, “Acabou!”.

Em seguida, como relata o evangelista Lucas, “Jesus clamou em alta voz: ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’” (Lc 23.46).

Nas mãos deste Pai, de quem antes se sentia abandonado, Jesus, agora, entrega o seu espírito e morre, e esta é a sua sétima e última “palavra”.

Portanto, “TETÉLESTAI” – “Está consumado!” –, declara algo muito grandioso. O momento desse grito encerrava uma caminhada que toda a humanidade trilhava desde o dia em que caiu em pecado. E, finalmente, os eventos do Calvário mostram que a declaração “TETÉLESTAI” era o fechamento de tudo o que Jesus veio realizar em nosso lugar e em nosso favor. Assim é, pois, fundamental que nós compreendamos o que havia sido alcançado e que levou Jesus a exclamar: “TETÉLESTAI!”.

  • O que foi “consumado”, “completado”, “terminado”?

Está claro, que Cristo não foi um mártir (“pessoa submetida à pena de morte por recusar-se a renunciar a uma convicção pessoal”), e que sua morte não foi um mero assassinato, um acidente, ou, então, um exemplo. Pelo contrário, seu sofrimento e sua morte tiveram um propósito definido (cf. Jo 16.16-24). Foi por isso que Jesus exclamou: “TETÉLESTAI!”.

  • Vitória sobre o pecado

Em primeiro lugar, Jesus foi oferecido por Deus pelos pecados de todo o mundo. Portanto, a sua morte foi sacrificial. Jesus, voluntariamente, se entregou ao sofrimento e à morte para que nós ficássemos livres dos pecados.

Já vemos manifestação disso desde o começo da história de Jesus. Quando José ponderava deixar Maria, porque ela tinha engravidado, o anjo lhe disse: “Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles (Mt 1.21).

Depois, João Batista confirma esse propósito da vinda de Jesus, ao apontar para ele e dizer: “Aí está o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.21; cf. v. 36).

Mas, talvez, a história mais comovente e impactante em que Jesus se mostra Senhor sobre o pecado é a história da “Mulher adúltera” (Jo 8.1-11). Os escribas e os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher flagrada em ato de adultério. Queriam saber se ele também concordava em apedrejá-la, segundo a Lei de Moisés. Primeiro, Jesus apenas se abaixa e escreve no chão. Como insistiam na pergunta, Jesus lhes disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (Jo 8.7). Depois, como ninguém ficou para apedrejá-la, Jesus, mostrando que já havia perdoado, disse: “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (Jo 8.11). Tudo isso apontava para um dos propósitos da vinda de Jesus: sofrer pelos nossos pecados, libertando-nos da sua escravidão.

Com isso, Jesus cumpriu a promessa feita por Deus através do profeta Isaías:

4 No entanto, era o nosso sofrimento que ele estava carregando, / era a nossa dor que ele estava suportando. / E nós pensávamos que era por causa das suas próprias culpas / que Deus o estava castigando, / que Deus o estava maltratando e ferindo. / 5 Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, / estava sendo castigado por causa das nossas maldades. / Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, / somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu. / 6 Todos nós éramos como ovelhas que se haviam perdido; / cada um de nós seguia o seu próprio caminho. / Mas o Senhor castigou o seu servo; / fez com que ele sofresse o castigo que nós merecíamos” (Is 53.4-6).

Em resumo, nas palavras de Paulo: “Assim com um só pecado condenou todos os seres humanos, assim também um só ato de salvação liberta todos e lhes dá vida” (Rm 5.18).

Portanto, “acabou”. Está consumada a libertação do pecado, que impedia que tivéssemos acesso ao Pai. Em outras palavras, o apóstolo Pedro diz que ele nos reconciliou com Deus: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (RA). Ou, como diz a NTLH: “Pois o próprio Cristo sofreu uma vez por todas pelos pecados, um homem bom em favor dos maus, para levar vocês a Deus” (1 Pe 3.18).

Aproximar-nos de Deus, colocar-nos braços do Pai, foi o que Jesus fez por nós! Por isso, a palavra final é: “TETÉLESTAI!”.

  • Vitória sobre a morte

Que dizia a ordem de Deus lá no começo, antes da queda de Adão e Eva em pecado?

Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá” (Gn 2.16-17).

“Comer” era pecar/desobedecer, e a consequência seria “morrer”. Ou, como diz Paulo em Romanos 6.23: “O salário do pecado é a morte”. Portanto, se o pecado foi vencido, a morte também foi. Desaparecendo o pecado, desaparece a morte.

E ele confirmou isso ao ressuscitar a filha de Jairo (Lc 8.40-56; Mt 9.23-26; Mc 5.35-43).

Mais impressionante, porém, foi a ressurreição do amigo Lázaro, relatado em João 11. Quando Jesus, finalmente, chegou a Betânia, onde Lázaro, Maria e Marta moravam, Lázaro já estava sepultado havia quatro dias! Quando encontrou Marta, ela lamentou que Jesus não viera quando Lázaro ainda estava enfermo, pois poderia tê-lo curado. Jesus, porém, lhe disse: “O seu irmão vai ressuscitar”.

Sim, disse Marta, “no último dia”. E Jesus, então, lhe falou uma das mensagens mais consoladoras que a Bíblia contém: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso?” (Jo 11.25-26).

Portanto, por que estamos ainda com medo da morte? “TETÉLESTAI!”, “Acabou!”, “Está consumado!”. Não precisamos mais temer a morte. Afinal: “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir? O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o poder de ferir é a Lei. Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!” (1 Co 15.55-57).

  • Vitória sobre Satanás e o Inferno

Mas a vitória de Jesus não foi só sobre o pecado e a morte. Quem levou Adão e Eva a pecar, causando-lhes a morte, foi este maldito desgraçado, disfarçado naquela serpente, que nos levou a este mar de lama e sujeira, quando demos ouvidos à sua tentação e caímos em pecado (Gn 3). Para este, Jesus também gritou: “TETÉLESTAI!”.

Depois da queda, quando Deus veio em socorro da humanidade, ele confrontou o diabo disfarçado na serpente (cf. Ap 12.9) e lhe disse: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Já ali foi prometida a vitória sobre o diabo, e ela viria através de alguém da descendência da mulher. Eis por que são tão importantes as genealogias no Antigo Testamento. Essas genealogias são testemunhas de que o Conquistador da vitória estava a caminho.

Portanto, o que nos dizem as genealogias? Que Aquele que vai pisar na cabeça da serpente e esmagá-la definitivamente está vindo aí. Assim, aquelas genealogias eram consolo para o povo de Deus, que sofria os ataques do diabo disfarçado nos deuses das nações inimigas, sempre tentando seduzir o povo a se afastar do verdadeiro Deus.

No Novo Testamento, tanto em Mateus (1.1-17) como em Lucas (3.23-38), demonstra-se claramente que Jesus procede da linha genealógica da promessa, conforme trazida no AT.

Portanto, o que se queria dizer?  Que o esmagador da cabeça da serpente havia chegado.

E o que ocorre logo após o nascimento de Jesus? Mateus relata que o rei Herodes diabolicamente trama a sua morte, causando a matança de “todos os meninos de menos de dois anos” (Mt. 2.16) em Belém. Isso foi ação diabólica para acabar com o “descendente” da mulher!

E depois de Jesus ter sido batizado por João Batista (Mt 3.13-16; Mc 1.9-11; Lc 3.21-22), que marca o início de seu ministério, o que ocorre? Ele é tentado pelo diabo (Mt 4.1-11; Mc 1.12-13; Lc 4.1-13).

É interessante observar que, em Lucas, a lista genealógica que confirma Jesus como o descendente esmagador da cabeça da serpente, vem logo depois do Batismo de Jesus e antes da sua tentação.

Qual era a intenção do diabo?

Tudo que o diabo queria, em todas as suas artimanhas, era impedir que Jesus consumasse a vitória sobre o pecado, a morte e ele próprio. Para isso, o diabo usou a mesma tática que utilizou com Adão e Eva: o caminho da exaltação. Quando lhes sugeriu que seriam “como Deus”, os olhos deles brilharam e comeram da fruta. Portanto, o diabo só poderia ser derrotado pelo caminho da humilhação, da total obediência a Deus. Com isso, o diabo seria atingido no seu ponto de vulnerabilidade fatal, e destruído. E foi esse o caminho que Jesus escolheu andar, até o final.

Portanto, a partir dali, até o último momento na cruz, os caminhos de Jesus e de Satanás se cruzaram definitivamente. E, naquela escuridão, do meio-dia às 15h, não era só o pecado e a morte que estavam sendo derrotados, mas também o diabo.

Assim, quando Jesus exclamou “TETÉLESTAI!”, “Está consumado!”, “Tudo está terminado!”, ele também tinha acabado com o diabo. A vitória estava completa e era definitiva.

E Jesus foi ao inferno para confirmar e anunciar a sua vitória (1Pe 3.19).

Diante dessa notícia maravilhosa, o que deveríamos fazer? Pular, dançar e gritar: “TETÉLESTAI!”, Cristo nos deu a vitória completa!

  • Conclusão

TETÉLESTAI!” – EIS A CONSUMAÇÃO DO AMOR DE DEUS!

“Jesus, a paixão maior!.” E que paixão! “Tetélestai!”

Em seu amor apaixonado por nós,

  1. Ele venceu o pecado, com o seu sacrifício;
  2. venceu a morte, que é a consequência do pecado;
  3. venceu Satanás e o inferno, que estavam e estão por trás do pecado e da morte.

E, agora, se é isso que você e eu cremos, então:

  1. estamos livres de toda e qualquer escravidão;
  2. buscaremos servir a Jesus diariamente com paixão.

Redação: Este texto é uma síntese, um resumo da palestra proferida pelo dr. Zimmer no 43º Congresso Nacional da JELB, em janeiro de 2013. Publicado no Mensageiro Luterano de março 2013, p. 10

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