Caixas, armários, coração e mente

Quero lhe fazer um convite. Que tal, ao invés de guardar o natal em caixas e armários, guardá-lo na mente e no coração? Não é novidade que, geralmente no dia 6 de janeiro, Dia dos magos do oriente e Dia de Epifania, as famílias façam um ritual herdado de geração em geração: guardar os enfeites de Natal. Sim, é tempo de guardar as coloridas luzes e enfeites, de desmontar o belo pinheirinho e de embrulhar o presépio novamente. Tudo ficará em caixas, gavetas e armários, como se fossem adormecer ao longo do ano, até que o próximo advento lhes acordasse novamente.

Mas lembre-se. Quero lhe fazer um convite. E este convite parte de uma ação pós-Natal de Maria, ação que se passa de forma discreta diante da visita dos pastores de Belém. A Palavra nos diz que a “Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas” (Lc 2.19). Diante da alegria dos pastores e do louvor recebido pelo menino ainda na manjedoura, Maria guardava tudo no coração e na mente. E este é meu convite para você. Se os enfeites de Natal e o presépio são tradicionalmente guardados em caixas e armários, o conteúdo do verdadeiro Natal precisa estar guardado em nosso coração e em nossa mente.

Como é confortador carregar, ao longo do ano, o Natal que nenhuma caixa ou armário podem conter. O Verbo se fez carne e habitou entre nós não só quando há enfeites natalinos, mas a cada novo dia deste ano que temos pela frente. Ano carregado de incertezas, ainda pela pandemia. Ano carregado também de expectativas, mediante a possibilidade de uma vacinação em massa contra a Covid-19. Nosso Deus é Emanuel, como o profeta Isaías já havia anunciado, como o evangelista Mateus já havia ressaltado. Sim, ele é conosco. Através dos meios da graça, o Senhor continuará inundando nosso coração e nossa mente com a fé cristã e os seus frutos. E, assim, “não há nada que possa nos separar do amor de Deus” (Rm 8.39).

Aliás, enfeites natalinos são guardados geralmente no Dia de Epifania. E o próprio tempo de Epifania nos convida a não guardar ou esconder as maravilhas do Natal. O lema da IELB para 2021 nos convida a compartilhar aquilo que recebemos: perdão, vida e salvação. O presente da salvação que Deus nos deu no Natal não deve ser encaixotado e escondido sob sigilo dentro de nossas casas, mas algo a ser manifestado e compartilhado na vizinhança, na congregação, no emprego, na universidade, nas redes sociais. Compartilhemos aquilo que o Espírito Santo colocou em nosso coração e em nossa mente.

Eis aí nosso desafio para cada novo dia deste novo ano. Diante das alegrias e felicidades, diante das lutas e dos medos, diante do luto e do sofrimento, carreguemos no coração e na mente o que o menino Jesus fez por nós. Ele morreu, ressuscitou, subiu aos céus e um dia voltará trazendo salvação plena a todos os que nele creram. Portanto, sim, enfeites de Natal e o presépio guardados em caixas e armários. Mas o Salvador não pode ser guardado em outro lugar a não ser no nosso coração e na nossa mente. E do Senhor mesmo é a promessa: “A paz de Deus, que ninguém consegue entender, guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo Jesus” (Fp 4.7). Com o coração e a mente inundados com a paz do Natal, tenhamos um abençoado 2021.

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